Os pecados capitais foram atualizados? Veja quais são e os novos entendimentos sobre o tema

Os pecados capitais foram atualizados? Veja quais são e os novos entendimentos sobre o tema

Quase tão antigos quanto o cristianismo, os pecados capitais e as suas discussões estão constantemente entre temas de livros, filmes e reflexões. São considerados atitudes e sentimentos que levam à violação das leis divinas.

São chamados “capitais” porque são vistos como as principais fontes de outros pecados e incluem ações como mentira, roubo e vaidade. A luta contra esses males é uma parte do amadurecimento espiritual. Foram definidos formalmente no final do século VI durante o papado de Gregório Magno, e são:

  • Luxúria: desejo intenso e descontrolado de prazer sexual ou outros prazeres físicos e materiais.
  • Gula: consumo excessivo de comida ou bebida, além do necessário.
  • Avareza: desejo insaciável por dinheiro ou posses materiais.
  • Preguiça: falta de vontade para realizar tarefas físicas ou espirituais.
  • Ira: raiva e ódio intensos que podem levar à violência e vingança.
  • Inveja: ressentimento pelo sucesso ou posses dos outros. Não querer que o outro tenha.
  • Orgulho: senso exagerado de status ou realizações pessoais, que leva à falta de humildade.

Atualização dos pecados?

Com a evolução da sociedade e os desafios contemporâneos, como mudanças ambientais, sociais e tecnológicas, surge a dúvida se haveria a necessidade de atualizar os pecados capitais. Em março de 2008, o Vaticano apresentou uma lista de atitudes que, adaptadas à era da globalização, poderiam ser vistas como novos pecados. No entanto, não representa uma criação de novos pecados capitais, mas um alinhamento com as preocupações morais desse tempo. Os tópicos incluem:

  • Experimentos “moralmente dúbios” com células-tronco: condenação de pesquisas científicas com embriões humanos, considerando que a vida começa na concepção.
  • Uso de drogas: visto como uma atitude que destrói a saúde física e psicológica dos indivíduos e prejudica a família.
  • Poluição do meio ambiente: a degradação ambiental é vista como um pecado contra a criação divina e a saúde humana.
  • Agravamento da injustiça social: a desigualdade social crescente é uma preocupação moral.
  • Riqueza excessiva: concentração extrema de riqueza em poucas mãos enquanto muitos vivem na pobreza.
  • Geração de pobreza: atos que contribuem para a criação e perpetuação da miséria global.
  • Violações bioéticas: controle de natalidade, manipulação genética e outras práticas que interferem com a criação da vida de forma natural.

Em entrevista ao jornal do Vaticano L’Osservatore Romano, em 2008, época dessa atualização, Monsenhor Gianfranco Girotti destacou que a natureza do pecado hoje vai além do individual e tem impactos sociais profundos, especialmente devido à globalização. Ele apontou que a atenção ao pecado se tornou mais urgente devido aos efeitos devastadores que podem ter na sociedade, como a desigualdade social e os crimes ambientais.

A discussão sobre os pecados capitais e a moralidade contemporânea é um convite à reflexão sobre como os atos impactam não apenas cada vida, mas a sociedade e o meio ambiente. O desafio de viver de forma alinhada aos valores cristãos é constante e requer uma consciência profunda sobre as ações e suas consequências.

A compreensão e o combate aos pecados, previstos há séculos ou adaptados às novas realidades, são fundamentais para o crescimento espiritual e a harmonia com a criação divina. A busca pelo autoconhecimento e pela virtude, guiada pelo Espírito Santo, é fundamental para enfrentar os desafios morais de qualquer era e garantir que as ações reflitam a verdadeira essência do ensinamento cristão.

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Comentários

  • Isabel Cristina Kruger
    Muito obrigada pelo conteúdo equipe Deus os abençoem
  • Maria Edna Oliveira Sousa
    Esse assunto é muito esclarecedor vale a pena nos aprofundar nesses conteúdo.
  • Mirleide de Castro Coelho
    Achei excelente muito esclarecedor e serviu como um alerta, para que tenhamos mais conhecimento da palavra de Deus. Toca o sino sacristão!
  • Edgar Soares Nem
    Muito bem colocado!

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