Pastorais católicas: como funcionam e como posso participar?

Contribuir e partilhar seus dons com a comunidade por meio da Igreja: esse é um dos propósitos daqueles que escolhem servir e cumprir com amor a missão dada por Deus a todos nós, como cristãos. Como filhos do Senhor, a partir do batismo, somos convidados ao trabalho missionário de disseminar os ensinamentos deixados por Jesus nos evangelhos. Há diversas oportunidades para praticar a vida missionária e uma delas é o envolvimento com as pastorais.

“A pastoral é uma ação católica da Igreja no mundo, é um conjunto de atividades pelas quais a Igreja realiza sua missão, que consiste, primeiramente, em continuar a ação de Jesus Cristo na Terra”, explicou o coordenador da Ação Evangelizadora na Diocese de Guarapuava, Padre Érico Gabriel Gurkowski. 

O trabalho da pastoral segue determinações bases em todo o país que unificam as ações nacionalmente, mas cada comunidade possui suas necessidades pastorais, desenhadas a partir da realidade comunitária local.

“As pastorais vão surgindo de uma experiência de fé, de uma participação dentro da comunidade, da participação nas Missas, na ação litúrgica. Vou me comprometendo com a Igreja, colocando meu dom a partir do que a Igreja está necessitando para que a missão da Igreja seja realizada. Antigamente, encerramos as missas com uma mensagem que resumia esse trabalho pastoral, que era: a Missa acabou, mas nossa missão e compromisso de cristão, ainda não”, acrescentou padre Érico. 

Assim, as pastorais são exemplos do nosso compromisso com a proposta de Jesus Cristo, como cristãos e, também como Igreja. É um conjunto de atuação que tem Cristo como mentor, e a Igreja e leigos como membros desse corpo, que atua a partir de seus dons e necessidades comunitárias. 

“Temos várias pastorais para trabalhar como bons cristãos. Elas são divididas em comissões e cada uma tem um Padre responsável para acompanhar os trabalhos e ações da Igreja, além de potencializar a animação missionária. Podemos citar, como exemplo, a comissão sócio-transformadora, a animação bíblico-catequética, a dimensão da família e vida, a dimensão serviço e animação vocacional, gestão eclesial, comunicação, dimensão da vida consagrada religiosa, comissão de novas comunidades, animação da juventude, comissão para cultura e educação”, detalhou padre Érico. 

Como posso participar de uma pastoral?

O primeiro passo para iniciar nessa missão é o anseio de se colocar a serviço do Reino de Deus e à disposição para algum trabalho dentro da Igreja. Isso porque as ações da pastoral são feitas de forma voluntária, orientadas pela exigência do serviço, do diálogo e da disseminação da Palavra de Deus. 

A partir disso, a escolha sobre qual pastoral posso atuar como voluntário se dá a partir do entendimento do perfil de cada um e da identificação da aptidão pessoal para direcionar o cristão à pastoral que mais lhe seja interessante e próxima.

Por exemplo, se gosto e tenho facilidade com crianças, a pastoral das crianças pode ser uma boa oportunidade de trabalho. Se gosto de novas tecnologias, de relacionamento social e convívio comunitário, a Pascom pode ser um caminho valioso. Se tenho predisposição e sensibilidade ao cuidar do próximo, as pastorais ligadas ao serviço social, com certeza, serão enriquecidas com meu trabalho. 

“A catequese é importante nesse processo para receber e nos ajudar no conhecimento da aptidão que temos e no entendimento sobre a importância de colocar nosso dom a serviço da comunidade, naquilo que gostamos e que a comunidade necessita”, acrescentou o coordenador. 

Com esse entendimento pessoal compreendido, as dioceses são responsáveis por promover cursos e encontros de formação, para capacitar esses agentes pastorais no trabalho de atendimento à comunidade, conscientes da importância e objetivo da sua atuação. 

O propósito e trabalho em Pastorais

Gabriel Belisario é secretário da Ação Evangelizadora da Diocese de Guarapuava e destaca que “em nossa região, temos Pastorais Sociais como a Pastoral da Criança, Pastoral da Saúde, Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral dos Surdos, Pastoral Carcerária, Pastoral da Educação e Pastoral Afro-Brasileira. Entretanto, nas demais regiões e dioceses do país existem outras Pastorais Sociais que são reconhecidas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tais como: Pastoral da Aids, Pastoral do Menor, Pastoral do Migrante, Pastoral da Sobriedade, Pastoral dos Refugiados, etc.”, relatou. 

Todas elas existem com o propósito de organização de serviços que garantam a vivência de uma dimensão essencial da missão da Igreja, que é a prática da caridade.

“O processo de evangelização envolve a promoção humana e autêntica libertação sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade” (DAp, 399). Sendo assim, a missão da Pastoral Social se coloca no mundo dos menos privilegiados e dos pobres. Há uma variedade de Pastorais Sociais justamente para que a ação pastoral da Igreja, em seu conjunto de atividades, possa realizar a sua missão de continuar a ação de Jesus Cristo em diferentes realidades e grupos, contemplando os menos favorecidos”, exaltou Gabriel. 

Assim, como ferramenta da Igreja para chegar a públicos distintos que, por vezes, estão fora do círculo católico, as pastorais são um poderoso caminho para vivermos com alegria a missão de Jesus. “Ide pelo mundo inteiro e evangelizar todos os povos, essa é nossa missão. Sejamos animados pelo Espírito Santo. Que ele impulsione nossos corações para que possamos realizar nosso trabalho. São Paulo tem uma frase inspiradora que se aproxima das pastorais: o amor de Cristo nos impele. Que ele seja nossa força”, finaliza o coordenador, padre Érico.