A cena costumava ser vista durante toda a Quaresma no passado, é verdade, mas nos dias da Semana Santa, ainda é possível adentrar uma igreja e encontrar as imagens dos santos encobertas por tecidos. Essa tradição, aliás, é muito antiga e para entendê-la, é preciso compreender o que significa a própria presença das representações na casa de Deus.
As imagens dos santos fazem parte das igrejas para os fiéis recordarem o mistério da Comunhão dos Santos. Ou seja: a formação que temos com eles, o fato de já estarem glorificados com Cristo Ressuscitado e certeza sobre uma única Igreja, em três estados heterogêneos – triunfante, que está nos céus; padecente, no purgatório; e militante, constituída por cada um de nós, na Terra.
Os santos na Igreja, portanto, transmitem uma mensagem de alegria e prosperidade, ao anunciarem para os fiéis uma alegre e reconfortante verdade da fé: a de que estamos unidos à vitória daqueles que viveram antes de nós e seguiram Jesus e a sua Palavra.
Como explica o Padre Eduardo Reis, ao cobrirmos os santos, entre o quinto domingo da Quaresma e o Sábado de Aleluia, estamos representando que, antes do mistério da glória com Cristo, todos – inclusive eles – passaram pelo mistério da dor, dos sofrimentos e da morte de Jesus.
Portanto, não se trata apenas de um sinal de luto, mas também um gesto de “solidariedade” e união profunda ao mistério da Paixão do Senhor. Durante esse período, o silêncio e a sobriedade devem ser intensificados para a meditação sobre o amor infinito do filho de Deus, o qual “amando os seus que estavam no mundo os amou até o fim” (João 13,1).
Conhecido também como velatio, a tradição de cobrir as imagens dos santos com tecido roxo durante o período final da Quaresma é para que os fiéis não se distraiam com eles e concentrem a toda a sua devoção no Mistério Pascal de Cristo, isto é, na paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor.
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