Ao enxugar o rosto de Jesus no caminho do Calvário, Santa Verônica imprimiu no véu o que muitos chamam de a “primeira fotografia sagrada”. Com esse gesto de compaixão, nasceu também o símbolo de uma vocação: a de eternizar o sagrado por meio da imagem.
Pintura que representa o momento em que Santa Verônica enxuga o rosto de Jesus
Celebrado em 19 de agosto, o Dia Mundial da Fotografia é um momento importante para reconhecer um dom que vai além da técnica, pois é ministério, missão e expressão de fé.
A fotografia religiosa é um forte instrumento de evangelização. Por meio da imagem, permite que o Sagrado toque quem vê.
Santa Verônica, padroeira dos fotógrafos, protege quem tem essa missão. O véu com a face de Cristo, segundo a tradição cristã, é considerado uma imagem aquiropoética, ou seja, não feita por mãos humanas. É sinal de como a presença de Deus pode se manifestar de forma inesperada. Mostra, ainda, como a imagem tem a capacidade de oferecer um símbolo com profundidade espiritual.
Na história da Igreja, a fotografia ganhou papel cada vez mais importante. Desde os primeiros registros fotográficos de Papas como Pio IX e Leão XIII, até o rosto de Santos contemporâneos como São João Paulo II e Santa Teresa de Calcutá, a imagem aproximou os fiéis da santidade, da liturgia e da vida da Igreja.
Nas paróquias, movimentos e redes sociais, a fotografia é ferramenta de comunicação pastoral. Imagens de procissões, celebrações, momentos de oração ou ações solidárias revelam o dinamismo da fé e ajudam a formar memória comunitária. É também um modo de tornar visível o invisível, o que ajuda corações a se conectarem com a espiritualidade, mesmo à distância.
Na Associação Evangelizar É Preciso, profissionais da fotografia e da comunicação são exemplos disso. Diversas fotos que você vê aqui no IDe+, como as que dão vida a este conteúdo, são do fotógrafo Felipe Gusso, cujo trabalho evangeliza tantos corações por meio das imagens.
O fotógrafo que faz fotos católicas, ou relacionadas à fé, é chamado a interpretar com reverência o Mistério. Fotografar a liturgia, por exemplo, exige cuidado e espiritualidade. Cada detalhe, o altar, o gesto do Sacerdote, a assembleia em oração, comunica algo maior, que não pode ser banalizado.
Como destaca a Pastoral da Comunicação (Pascom), o fotógrafo deve ter sensibilidade para captar os sinais visíveis do invisível: é o Sagrado que rompe as barreiras da visão. Por isso, formação técnica e litúrgica andam juntas nesse serviço. É preciso saber enquadrar, iluminar e também entender onde está a luz verdadeira — e como deixá-la brilhar, ser o grande destaque, na imagem.
A palavra “fotografia” vem do grego e significa literalmente “escrever com a luz”. É justamente isso que a fotografia religiosa propõe: registrar a fé com beleza, dignidade e profundidade, o que constrói identidade e ajuda a evangelizar.
Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.
Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.