São José, modelo de trabalhador

Todos sabemos que São José era um reconhecido carpinteiro e que não poupava esforços em sua pobre oficina para se dedicar a ganhar o pão de cada dia e sustentar sua família. Foi nesse ambiente de esforço que Jesus, sendo Deus, se colocou em contato próximo e direto com a realidade diária do trabalho humano.

Assim, a Igreja ensina que “com a encarnação, o Filho de Deus se uniu de um certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos do homem, amou com coração humano, agiu com a vontade do homem” (Gaudium et Spes 1,22). Dessa maneira, Jesus se fez solidário com todas as dimensões da vida do humana, inclusive no trabalho, vivenciando-o em sua totalidade.

No início da humanidade, o trabalho era uma colaboração do homem no aperfeiçoamento da criação visível (cf. Gênesis 3,17-19) e isso não era um peso, mas uma realização e uma alegria.

O homem foi feito para o trabalho e o trabalho para o homem, e Jesus mostrou o valor dessa lei, inclusive oferecendo para a humanidade o seu trabalho para nossa redenção.

São José testemunhou e partilhou dessas atividades, pois “graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da redenção” (Exortação Apostólica Redemptoris Custos, nº 22).

Jesus escolheu a carpintaria

Já que o trabalho é uma dimensão fundamental de nossa existência, Jesus quis escolher a carpintaria para qualificar sua categoria social, condição econômica e, claro, seu conhecimento profissional. Quis nascer nesse contexto onde o trabalho duro é valorizado e desejou ser chamado filho do carpinteiro.

Quis também transcorrer a maior parte de sua vida sendo um operário como seu pai. Mas, claro que Ele “não se serviu das realidades humanas apenas para manifestar-se, mas uniu-se a elas para santificá-las com sua humanidade” (S Th, III q.8,a.1).

São José tem grande importância para Jesus, pois sendo verdadeiramente o Filho de Deus feito homem, escolheu a imagem do pai adotivo para seguir não apenas como aparente filiação, mas o assumindo como modelo profissional e humano. Jesus quis ser como aquele humilde operário e seguiu seus exemplos e ensinamentos, pois encontrou dignidade nisso.

São José Operário

O trabalho continua dignificando o homem e ser um trabalhador é cooperar na criação e na construção dos sonhos de Deus. No trabalho exercemos nossa liberdade de filhos de Deus e nos dedicamos a transformar o mundo para que vivamos em uma sociedade melhor.

Por esses e por muitos outros motivos, em 1955 o Papa Pio XII instituiu a data de 1º de maio como o dia de São José Operário, lembrando a todos o papel do trabalho como dom de Deus e do trabalhador como “imagem” de Deus, santificada por Cristo.

Muitos países absorveram essa data como feriado, dando algum descanso a todos os que se empenham na busca pela sobrevivência, mas os cristãos permanecem festejando São José como modelo de trabalhador, pois as obras de suas mãos sempre serviram e apontaram para Cristo, que é Senhor de toda nossa vida.

São José, modelo dos trabalhadores, rogai por nós!