São José, o pai adotivo de Jesus: o que sua paternidade revela sobre a Sagrada Família

São José, o pai adotivo de Jesus: o que sua paternidade revela sobre a Sagrada Família

Na Sagrada Família de Nazaré, nada é acaso. Cada pessoa foi escolhida por Deus com uma missão e a de São José talvez seja uma das mais silenciosas. Ao mesmo tempo, uma das mais decisivas. Ele não gerou Jesus biologicamente, mas foi chamado a exercer algo profundamente real: a paternidade.

Desde antes do nascimento de Jesus, José esteve ao lado de Maria. Acolheu o mistério que não compreendia plenamente, protegeu a Mãe e o Filho, sustentou o lar e educou o Menino que era, ao mesmo tempo, seu Filho e seu Senhor. Por isso, a Igreja sempre o venerou como pai adotivo de Jesus.

Pai não por sangue, mas por missão

Costuma-se dizer que São José foi o “pai adotivo” de Jesus. No entanto, a tradição católica ensina que o termo mais adequado é pai putativo. A adoção, no sentido jurídico comum, pressupõe a escolha do filho e a ausência do pai biológico. Nenhuma dessas condições se aplica a São José.

Ele não escolheu Jesus. Foi escolhido por Deus para ser pai. E Jesus nunca esteve sem Pai: Ele é, desde toda a eternidade, o Filho do Pai. A paternidade de José não substitui a paternidade divina, mas a representa visivelmente na Terra. Foi ele quem respondeu legalmente por Jesus diante da sociedade, quem deu nome ao Menino, quem O introduziu na linhagem de Davi e quem exerceu, no cotidiano, todas as responsabilidades paternas.

São João Paulo II explica que, ao confirmar o vínculo esponsal entre José e Maria, Deus confiou a José uma missão real: ser esposo da Virgem e guardião do Redentor, preservando a família escolhida para dar início ao plano da salvação.

Um pai protetor, justo e obediente

A paternidade de São José se manifestou, antes de tudo, na proteção. Ao perceber o perigo que ameaçava o Menino, ele não hesitou. José fugiu para o Egito, se tornou estrangeiro, recomeçou do zero e tudo isso para salvar sua família. Seu amor se traduz em ação concreta.

José é chamado nas Escrituras de homem justo. Sua justiça não é fria nem legalista, mas profundamente obediente à vontade de Deus. Ele escuta, discerne e age. Deus lhe fala em sonhos, e José responde sem atrasos. Sua fé é silenciosa e firme. Não precisa de palavras para ser verdadeira.

O trabalhador que sustentou o Salvador

Na oficina simples de Nazaré, José sustentou sua família com o suor do trabalho. Foi ali que Jesus aprendeu o valor do esforço diário, da simplicidade e da dignidade do labor humano. O Filho de Deus quis depender do trabalho de um homem justo.

Essa dimensão concreta da paternidade mostra que cuidar, prover e organizar a vida familiar também fazem parte do plano de Deus. Em José, não há separação entre fé e vida, pois tudo é oferecido ao Senhor.

Educador e chefe da Sagrada Família

Embora Jesus seja o próprio Deus, quis submeter-se a José e a Maria. O Evangelho recorda que Ele lhes era obediente. Foi com José que Jesus aprendeu as práticas da fé, a escuta das Escrituras, a peregrinação ao Templo, a vida inserida na tradição do povo de Israel.

Como chefe da Sagrada Família, José guiou, protegeu, educou e organizou o lar. A autoridade desse pai não era autoritária. Ele exercia a liderança que nasce da responsabilidade e do amor,  o que o fez modelo para todos os pais.

Pai da Igreja e pai de cada cristão

A Igreja reconheceu que a missão de São José não terminou em Nazaré. Papa Leão XIII ensinou que, assim como José guardou a Sagrada Família, também guarda hoje a Igreja inteira, da qual Jesus é o primogênito e Maria é Mãe.

Por isso, São José foi proclamado Patrono da Igreja Universal. Os cristãos o veem como um pai espiritual, alguém que protege, intercede, orienta e ensina a viver a fé no silêncio da fidelidade diária.

Um modelo de paternidade para todos os tempos

Na figura de São José, a Igreja contempla o que significa ser pai, que é acolher, proteger, educar, prover e assegurar estabilidade emocional e espiritual ao lar. Ele mostra que a verdadeira paternidade não nasce do sangue, mas da entrega. Ao confiar Seu Filho a José, Deus revelou ao mundo que a paternidade é vocação, missão e dom. Em São José, a Sagrada Família encontrou seu guardião. E, nele, a Igreja tem um pai.

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