São Marcelino Champagnat: o educador que fez do amor uma missão para transformar vidas

“Para bem educar, é preciso, antes de tudo, amar.” Esta frase sintetiza a essência de São Marcelino Champagnat, fundador da Congregação dos Irmãos Maristas, cuja missão continua a transformar vidas por meio da educação. Seu legado é uma educação integral, que une conhecimento, fé e respeito pela dignidade de cada pessoa.

São Marcelino Champagnat compreendeu, em um tempo de rigidez e até falta de humanidade quando se pensava nesse tema, que a educação é mais do que transmitir saberes: precisa ser um ato de amor e cuidado. Ainda jovem Sacerdote na França do século XIX, deparou-se com a dura realidade de crianças e jovens privados de instrução e de formação cristã.

Uma situação marcante em sua história e que o impulsionou a criar o Instituto foi o encontro com Jean-Baptiste Montagne, um adolescente de 16 anos, gravemente enfermo, que vivia completamente alheio aos fundamentos da fé cristã. Chamado para acompanhá-lo em seus momentos finais, Marcelino ficou profundamente impactado ao perceber que o jovem nunca tinha ouvido falar de Deus nem conhecia os ensinamentos básicos do Evangelho.

Champagnat então compreendeu que era urgente formar educadores comprometidos com a evangelização das crianças e dos jovens, especialmente os mais pobres e esquecidos pelas estruturas sociais e religiosas de sua época. O episódio Montagne é um símbolo da missão marista: levar educação e fé aos que mais precisam, promover dignidade e esperança por meio do amor.

Tocado dessa forma pelo sofrimento humano, fundou, em 1817, o Instituto dos Irmãos Maristas das Escolas, conhecido hoje simplesmente como Maristas. Seu objetivo era claro: formar “bons cristãos e virtuosos cidadãos”, por meio de uma educação que integrasse mente, coração e espírito.

A inspiração mariana no centro da missão

Profundamente devoto de Maria, que chamava carinhosamente de “Boa Mãe”, Champagnat desejava que seus irmãos e educadores refletissem o amor materno de Nossa Senhora no trato com as crianças e jovens. Para ele, a simplicidade, a humildade e a modéstia eram virtudes fundamentais de um educador cristão.

A pedagogia marista fala sobre educar com presença, proximidade e testemunho de vida. Não à toa, Marcelino afirmava: “Se soubéssemos quem somos à vista de Deus, cairíamos com a face em terra, dominados pela humildade”.

Educar além das paredes da escola

O carisma de Champagnat ultrapassa os limites físicos das escolas. A missão marista está hoje presente em mais de 80 países e atua em instituições de ensino, obras sociais, centros culturais e programas de apoio aos mais vulneráveis.

No Brasil, os Maristas chegaram em 1897 e, desde então, são referência na promoção de uma educação integral que valoriza a formação acadêmica e espiritual, com incentivo à vivência dos valores cristãos.

Marcelino Champagnat faleceu em 6 de junho de 1840, mas sua herança educativa permanece viva. Apenas no Brasil, tem cerca de 100 unidades escolares maristas em todas as regiões do país. Canonizado em 18 de abril de 1999 por São João Paulo II, é celebrado como modelo de educador, homem de fé e missionário incansável. Para ele, cada criança precisava saber que “Deus a ama imensamente”.

Cinco frases de São Marcelino Champagnat

1. “Para bem educar, é preciso, antes de tudo, amar”.

2. “Todas as crianças precisam saber que Deus as ama”.

3. “Se soubéssemos quem somos à vista de Deus, cairíamos com a face em terra, dominados pela humildade”.

4. “Que Maria seja a vossa guia, a vossa Mãe, a vossa protetora”.

5. “Com Jesus à frente e Maria ao lado, nada há a temer”.

Ouça a música que conta a história de São Marcelino Champagnat, composta pelo Irmão Claudio Jairo: