Já nos aproximamos do 4º Domingo do Advento. Estamos quase às portas do Natal e somos convidados a acolher Aquele que vem ao nosso encontro. O Senhor está à porta e bate!
Sempre é bom lembrarmos que Jesus não nos força a nada, não arromba nossos corações, mas quando damos pelo menos uma brechinha, Ele entra lentamente em nossas vidas, realiza maravilhas e quando percebemos, já não conseguiremos viver sem Ele. Todo nosso ser é tomado por Ele e essa experiência do Seu amor e de Sua presença em nós pode nos levar à mudança.
Com a encarnação de Deus, aprendemos a enxergar as coisas e as pessoas com o olhar semelhante ao Dele e vamos descobrindo o verdadeiro sentido da nossa vida. Só encontramos nossa felicidade, nossa vida plena em Jesus Cristo, não adianta buscar em outro lugar ou pessoa. Santo Agostinho compreendeu isto e lamentava: “Tarde Te amei… Eu poderia ter encontrado esta felicidade antes”.
O grande mistério de Deus, que assume a forma de uma criança, é nos dizer que Ele não errou quando nos criou. Que, por mais que o ser humano seja capaz de grandes crueldades como matar, destruir, extorquir o próprio irmão e se transformar num monstro, Deus se tornou um de nós para dizer: “Eu os criei certos”. E nós somos chamados a olhar para a nossa humanidade e nos perguntarmos: “O que eu me tornei?”.
Somos convidados a fazer uma reflexão: nós estamos mais humanos, mais movidos pela compaixão, voltados para o sofrimento, para a tolerância ou ao contrário? Estamos nos tornando cada vez mais desumanos, distantes e indiferentes?
O Natal está muito ligado ao final do ano, dentro dessa magia: o fim e o recomeço. Muitos não entendem que Deus se faz mostrar no que chamamos de magia de Natal. O ser humano fica mais frágil, com mais saudade. Lembramos mais daqueles que já morreram, ficamos mais fracos, ficamos sensitivos e isso porque Deus toma uma iniciativa. Ele faz uma curvatura no céu e desce a Terra e pelo fato de Deus realmente descer no Natal, Ele consegue fazer algo que não conseguimos: amolecer nosso coração.
Se há magia é a magia de Deus, que no tempo do Natal nos melhora, porque Deus nos torna mais humanos. Por isso, o tempo de Natal é o tempo de revermos o que realmente é importante para nós. Um bom exercício é nos perguntarmos com quem poderemos contar se algo nos acontecer. Enumeremos cinco pessoas e depois nos perguntemos se estamos tratando bem essas pessoas que vão cuidar, zelar e nos acompanhar até o fim. Temos expressado amor, ternura, compaixão ou são os que mais sofrem?
Natal é o momento de termos coragem de olhar para nossa história e não querermos continuar da mesma forma. A impressão que tenho, pelas partilhas que recebo, é que todos nós temos o nosso lixo. Se deixarmos o lixo dentro de casa, ele cheira mal, apodrece.
E a impressão que se tem é que tomamos banho, colocamos perfumes, roupas limpas, mas sempre estamos com o nosso lixo de frustrações, mágoas, ressentimentos, traumas… E ao invés de fazermos o que se faz com lixo, mandar embora, nós desfilamos pelas ruas, passamos uma vida agarrados com aquele saco de lixo, fermentando, azedando, estragando.
Será que não é hora de fecharmos esse ciclo e dizer: “Jesus, eu deixo este fardo. Isso é um lixo em minha vida, eu não quero carregar”? Se não podemos mudar o nosso ontem, podemos construir nosso amanhã.
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