Considerado um verdadeiro marco da música religiosa e do canto litúrgico nacional, o CD Serei o Amor, da Irmã Míria Therezinha Kolling, foi lançado em 1996, pela editora e gravadora Paulus e até hoje influencia e emociona os católicos e fiéis de Santa Teresinha do Menino Jesus, a quem o disco celebra.
O trabalho foi produzido e gravado a pedido do Frei Patrício à própria Irmã Therezinha Kolling e é inspirado na história de espiritualidade e devoção de Santa Teresinha. O CD é uma bela homenagem ao centenário da Santa de Lisieux.
Baseado na vida e nos escritos de Santa Teresinha, o CD apresenta uma missa completa, além de outros cantos para celebrar e meditar.
Os arranjos e a orquestração são assinados pelos maestros Rafael e Ricardo Righini. A interpretação das canções é do grupo Chorus Mutantis e conta com a participação especial de Adélia Issa. Já as letras e as músicas são da Irmã.
O CD reúne a playlist ideal para acompanhar o e-book sobre a vida de Santa Teresinha produzido pela Obra Evangelizar. A publicação dedicada à Santa está disponível inteiramente grátis no Portal IDe+. Basta preencher seus dados aqui para receber a obra por e-mail.
O livro traz também missões motivacionais guiadas para realizar no dia a dia, 24 orações que devem ser feitas em espírito de oração e esperança em Deus e provas de que os altos e baixos da vida podem ter sentido e que também podem ser instrumento para alcançar uma felicidade maior.
Irmã Míria Therezinha Kolling nasceu na cidade de Dois Irmãos (RS) em 28 de maio de 1939 e faleceu em São Paulo, no dia 5 de maio de 2017. Pertencente à Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, ela ficou conhecida como cantora e compositora de música sacra.
Publicou mais de 600 obras, entre missas, catequese e hinos, resultando em mais de 50 álbuns de música. A “Missa da Amizade”, composta em 1970, é considerada sua obra prima.
Confira abaixo os trechos da entrevista que Irmã Míria concedeu ao locutor Altieris Barbiero, da Rádio América, em 28 de julho de 1997:
Por que o nome do CD é Serei o Amor?
Ser o amor é o que caracteriza Santa Terezinha. Ela queria ser tudo. De tão apaixonada que ela era por Deus, que ela dizia: “Eu queria ser apóstolo, profeta, mártir, missionário, tudo, dar a vida por Jesus”. E leu São Paulo aos Coríntios, onde se diz que o maior dom é a caridade. Ela diz que a Igreja é um corpo; e se é um corpo, deve ter um coração. Cada um tem sua função, cada um executa o seu trabalho. E todos em função do bem comum. E se a Igreja é um corpo, ela deve ter um coração. Pronto, achei o meu lugar. Eu vou estar no coração da Igreja. Minha mãe, eu serei o amor! Porque então eu estarei em toda parte, abrangerei tudo, alcançarei todo o tempo, todo o lugar. E é muito bonito. Isso é uma coisa muito forte em Santa Terezinha, caracteriza a espiritualidade dela. Então, por isso mesmo que ela é também missionária. E essa frase: “No coração da Igreja, ser o amor” é muito forte, é muito dela. Por isso que então nós colocamos esse título.
Nós sabemos que há mais de 25 anos a senhora vem evangelizando o Brasil por meio da música sacra. Como começou o seu trabalho de cantora e compositora?
É uma história muito comprida… É uma história mesmo que Deus vai conduzindo a vida da gente, mas desde que começou a renovação no Concílio Vaticano Segundo, a renovação da música, acho que o Brasil foi um dos primeiros que se destacou e começou a promover esses encontros de liturgia e canto pastoral, muita novidade, o canto também na língua vernácula, e em 1971, eu participando dos encontros de canto pastoral, eu percebi que eu tinha esse dom. E meu primeiro trabalho foi a “Missa da Amizade”, que todo mundo canta; depois veio a “Missa da Alegria”, “Ser presença”, aí eu não parei mais. Fui percebendo, cada vez mais claro, que Deus queria isso de mim, e que esse era o meu jeito de servir o povo, através da música, do canto litúrgico, e tem sido uma graça muito grande.
Música também é vocação; ou seja, é dom natural, ou se aprende com muito esforço?
Eu penso que as duas coisas se completam. Já Beethoven dizia que a música, a composição no meu caso também, é 10% de inspiração e 90% de transpiração. Então, eu penso que supondo ao natural, uma inclinação, uma vocação como qualquer outra, e eu acho que é uma coisa muito especial. Eu tive esse cultivo na minha família, todos os meus irmãos cantavam, desde pequena a gente cantava, mas também é fruto de muito esforço, muito trabalho, cultivo, estudo. Até hoje eu estudo e procuro estar sempre aprendendo para poder servir melhor. Eu acho que, hoje em dia, um grande pecado é a gente tocar qualquer coisa e já achar que é compositor, que já sabe tudo. E não é assim! Tem que suar, tem que trabalhar, tem que estudar, se cultivar, rezar também. É uma inspiração que vem de Deus e que nós temos que trabalhar e rezar.
É possível afirmar que a música é hoje um grande instrumento de evangelização?
Sim, e não só hoje, mas sempre foi. Através da música, que é uma linguagem do coração, a gente diz aquilo que as palavras às vezes não conseguem expressar. É uma linguagem universal, que atinge o coração, os sentimentos e cala fundo. Então, você transmitir a mensagem da fé, do amor, o Evangelho, Deus, através da música, vale mais do que muitas palavras.
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