Para muitos, verão é tempo de férias, praia, comidas diferentes e muita diversão. Tudo isso é verdade. Porém, o que também faz parte das características da estação são as viroses e infecções, que ganham mais espaço devido a fatores como: aglomerações de pessoas, alimentação inadequada e a falta de hidratação potencializada pelas altas temperaturas.
Ainda, o Ministério da Saúde afirma que a grande concorrência de chuvas é um dos complicadores. A água acumulada em recipientes e o contato com água de enxurradas e enchentes tornam-se causas potenciais de doenças. A combinação da época, de muita chuva e ondas de calor contribui para que o organismo fique mais fragilizado e os fatores de risco estejam mais presentes. Nesse cenário, ocorrências como conjuntivite, intoxicação alimentar e micoses na pele são bastante frequentes.
Alguns sintomas que costumam surgir no período são dores abdominais, náusea, vômitos, diarreia, fraqueza e febre (em alguns casos). Segundo a infectologista Emy Akiyama Gouveia, o principal sinal da gastroenterite – que tem alta ocorrência e cujas causas podem ser variadas, incluindo agentes infecciosos como vírus, bactérias, toxinas bacterianas ou até mesmo parasitas – é a diarreia aguda.
A médica explica que o problema pode ocorrer devido ao consumo de água ou alimentos contaminados, que costumam “estragar” mais rápido por causa do calor, especialmente quando não são devidamente refrigerados e manipulados. O contato com superfícies contaminadas também pode ser um risco. Ela destaca que nem sempre um alimento contaminado apresenta aparência, aspecto ou gosto ruim e, caso sintomas como diarreia aguda e vômitos persistam, é importante ir ao pronto-atendimento.
Embora a necessidade de mais atenção seja para todos, as gestantes devem redobrar os cuidados. A obstetra Ana Cristina de Araújo faz um alerta para o aumento de casos de viroses e infecções entre gestantes nesse período. É preciso ter cuidados com foco em evitar a desidratação gerada por essas doenças.
“As principais recomendações médicas são evitar o consumo de certas comidas, principalmente de frutos do mar crus, alimentos expostos à temperatura ambiente por muito tempo e ambientes com moscas, comidas com molhos, especialmente com produtos lácteos, que podem favorecer a proliferação bacteriana ou viral e causar doenças. Então se uma comida está muito tempo exposta às moscas, ela pode ser o veículo de contaminação mais fácil”, orienta.
A especialista explica que, durante a gravidez, as viroses levam a vômitos mais frequentes, geralmente associados a quadros de diarreia e podem levar rapidamente à desidratação. Essa desidratação pode ter influência direta no quadro geral da gestante, com moleza, sonolência e pode até gerar a redução momentânea do líquido amniótico do bebê.
“Por isso, é importante que no momento em que começarem os vômitos e as diarreias de difícil controle, a gestante procure atendimento médico para fazer uma avaliação clínica e possível hidratação, via venosa, com recuperação mais rápida que a hidratação oral, para repor líquidos e sais minerais. Além disso, a paciente deve restringir alimentos de difícil ingestão e lácteos”, esclarece.
Quanto ao risco oferecido ao bebê pelas infecções intestinais adquiridas na gestação, a obstetra tranquiliza que o principal receio é relacionado a uma possível desnutrição, mas não que a infecção deva ser transmitida.
A médica Ana Cristina Araújo faz recomendações especiais para as grávidas, mas que servem para todas as pessoas, com foco em evitar as chamadas “doenças de verão”.
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