No último dia do mês mariano celebramos a significativa festa da Visitação de Maria. Ela que, depois de receber do Anjo a saudação e a grande missão de ser a Mãe do Salvador, ouviu também dele a notícia de que a sua prima Isabel, que era estéril, alcançou de Deus a graça de ser mãe na velhice, e estava grávida, no sexto mês.
Diz o Evangelho que Maria, alguns dias depois, partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia (Lc 1,39). Isso quer dizer que ela não ficou acomodada em casa, preparando o enxoval ou de braços cruzados fazendo “corpo mole”, pensando apenas em si mesma ou preocupada com o que viria pela frente, mas anda apressadamente, mais ou menos 150 Km, pelas regiões montanhosas para visitar Isabel.
Meditando sobre esse gesto, nós nunca podemos deixar esmorecer dentro de nós essa dimensão da visitação, do anúncio, da procura, de ir atrás, de se pôr a caminho. Isso é missão da Igreja, é nossa missão.
No momento do encontro, assim que Isabel escutou a abençoada voz de Maria, João pula de alegria no ventre de sua mãe, revelando assim a presença do Messias no ventre da Virgem. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e a chama de bendita entre as mulheres. Maria não nega os benefícios de Deus e abre os lábios para entoar o canto mais lindo que podemos encontrar na Bíblia, o Magnificat.
Maria diz: “Minha alma engrandece ao Senhor, exulta meu Espírito em Deus, meu Salvador” (Lc 1,46). Vejam: o espírito de Maria se alegra em Deus, então se nós queremos essa alegria, se nós temos essa missão, se nós queremos viver como Nossa Senhora, cingidos na oração, só tem um lugar em que podemos nos alegrar, em Nosso Senhor.
E Maria continua: “Porque olhou para a humildade de sua serva, eis que agora as gerações hão de chamar-me de bendita” (Lc 1,48). Eis o segredo para que Deus olhe para nós: humildade.
Se tem algo que temos que aprender de Nossa Senhora é humildade e obediência. É o que nos faz perceber que não somos merecedores de nada, que tudo que somos e temos vem de Deus.
Por isso, temos que pedir e aprender de Nossa Senhora a virtude da humildade que santifica. Quem não é humilde não se reconhece e se fecha para Deus. Quem não é humilde não reconhece que o Poderoso fez e faz grandes coisas a nosso favor. Tenhamos esse reconhecimento, olhemos para a nossa vida e perceberemos quem fomos e quem somos hoje. Se chegamos até aqui é pela graça de Deus, que foi paciencioso conosco, foi misericordioso, bondoso, perdoador. Caso contrário, ninguém estaria em pé hoje. Porque Deus derruba o trono dos poderosos e eleva os humildes, enche de bens os famintos e despede os ricos sem nada.
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