Você conhece as obras de misericórdia?

Você conhece as obras de misericórdia?

Em sua caminhada de fé, você já deve ter ouvido falar na prática das obras de misericórdia, certo?

Na Igreja Católica, essas obras se inspiram na vida de Jesus Cristo e, principalmente, nos ensinamentos que Ele deu aos seus discípulos. Na Bíblia, São Tiago nos fala sobre a relação entre a fé e as obras. “Com efeito, como o corpo sem o sopro da vida é morto, assim também é morta a fé sem as obras” (Tiago 2,26).

Assim, podemos compreender que ambas estão interligadas e as obras de misericórdia, de fato, são obras práticas que devemos executar em nossas vidas. 

Mas, afinal, o que são e quais são as Obras de Misericórdia?

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina sobre essas obras entendendo-as como ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Essas obras sugeridas, no entanto, não se apresentam como novidade para a caminhada dos cristãos, visto que as atitudes propostas pelas Obras de Misericórdia são bíblicas e ensinadas pelo próprio Senhor Jesus. 

Sobre esses ensinamentos, São Gregório Magno também nos trouxe a reflexão.

“Quando damos aos pobres as coisas indispensáveis, não praticamos com eles grande generosidade pessoal, mas lhes devolvemos o que é deles. Cumprimos um dever de justiça e não tanto um ato de caridade”.

As Obras de Misericórdia se dividem em 14 práticas, distribuídas em corporais e espirituais. As corporais estão, em sua maioria, em uma lista enunciada pelo Senhor na descrição do Juízo Final. Já a lista de obras espirituais foi tirada pela Igreja Católica de textos bíblicos, ensinamentos e ações de Jesus, tais como o perdão e o consolo. 

Vamos conhecê-las? 

As 7 Obras de misericórdia espirituais

Dar bom conselho: para desejarmos um bom conselho, precisamos, antes de tudo, estar em sintonia com Deus, para compreender que não se trata de opinar na vida do próximo, mas de aconselhar aquele que precisa de um guia. Nos lembremos sempre que o dom do conselho é um dos dons do Espírito Santo. 

Ensinar os ignorantes: trata da instrução aos irmãos, sobre valores éticos, morais e, também, sobre fé. 

Corrigir os que erram: referindo-se acima de tudo ao pecado, esta obra fala da correção fraterna, ou seja, aquela que é feita com mansidão e humildade. “Se o teu irmão pecar, fala com ele a sós para o corrigir. Se te escutar, ganhaste o teu irmão” (Mt 19, 15-17).

Consolar os aflitos: quando colocamos essa obra em prática, estamos seguindo o comportamento de Jesus que se compadecia com a dor alheia. Por isso, devemos acompanhar nossos irmãos, principalmente, naqueles momentos mais difíceis. 

Perdoar as injúrias: para essa obra é preciso perdoar as ofensas, superando o ressentimento e a vontade de vingança. Além disso, é preciso que tratamos com amor a quem nos ofendeu, de modo que vivamos plenamente aquilo que pedimos a Deus, em oração, quando rezamos o Pai Nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo: mais uma ação virtuosa das obras de misericórdia, a paciência com os defeitos dos outros deve nos fazer bem ao aceitar o outro, compreendê-lo, à medida que entendemos que também temos fraquezas. 

Rogar a Deus por vivos e defuntos: devemos rezar por nossos irmãos. Aqueles que estão no Purgatório dependem das nossas orações. Assim, é uma boa obra rezar por eles, para que possam ser libertados dos seus pecados.

As 7 Obras de misericórdia corporais

Dar de comer a quem tem fome: esta obra refere-se à ajuda que devemos praticar compartilhando alimentos e outros bens com aqueles que necessitam, que não têm o indispensável para comer em cada dia.

Dar de beber a quem tem sede: complementando a primeira obra corporal, esta prática executa o ensinamento bíblico de Lucas. “Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem mantimentos faça o mesmo” (Lc 3, 11).

Vestir os nus: esta obra nos recomenda outra ação para aliviar uma necessidade básica. Aqui, podemos dar o que nos sobra ou já não nos serve, mas também compartilhar aquilo que ainda nos é útil, exercendo a generosidade. 

Dar pousada aos peregrinos: muito comum e indispensável em tempos antigos, a prática de dar abrigo a quem tem necessidade continua sendo uma obra de misericórdia ensinada por Jesus Cristo. 

Assistir aos enfermos: nesta obra, Jesus nos pede que não esqueçamos os doentes e acamados, dando a eles atenção e companhia plena.

Visitar os presos: muito mais do que visitar aprisionados para ajudá-los materialmente e espiritualmente, esta obra nos desperta também para o resgate de inocentes e sequestrados. 

Enterrar os mortos: muito além de um mero ritual ou ação operacional de pós-morte, encontrar um local para enterrar aqueles que já se foram mostra que nos lembramos, com amor e respeito, que aquele corpo humano foi morada do Espírito Santo, pois somos templos dEle. E se você ficou curioso sobre se católicos podem ou não ser cremados após essa obra da misericórdia, acesse esse conteúdo e descubra a resposta. 

Oitava Obra

O Papa Francisco propôs, recentemente, a inclusão de uma oitava obra, a qual é acrescentada nas obras de misericórdia espirituais. Trata-se da obra de cuidado da casa comum, que nos requer a grata contemplação do mundo e que nos permitirá descobrir qualquer ensinamento que Deus queira nos transmitir por meio de cada coisa.

Quais os efeitos das Obras de Misericórdia?

Santo Agostinho nos diz que “a finalidade de todas as obras é o amor. Esse é o fim; é para alcançá-lo que corremos; é para ele que corremos; uma vez chegados, é nele que repousemos”.

Neste mesmo sentido, Vossa Santidade, Papa Francisco, nos lembra que cada obra é uma “maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina. A pregação de Jesus apresenta-nos estas obras de misericórdia, para podermos perceber se vivemos ou não como seus discípulos”. 

 

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