Ter um coração acolhedor é olhar o outro com ternura, escutar com paciência, estar presente com amor. Em um mundo muitas vezes impessoal e até indiferente, cultivar essa abertura interior pode ser um desafio. É, ainda, uma vocação para quem deseja seguir os passos de Cristo — e aprender com Maria, que soube acolher com fé, silêncio e compaixão.
Em junho, no Ano de Nossa Senhora do Carmo, a Associação Evangelizar É Preciso propõe a súplica: “Mãe do Carmelo, dai-nos um coração acolhedor”. Inspirados pela espiritualidade carmelita, voltamos o olhar para o coração materno de Maria e refletimos sobre como sua vida pode nos ensinar a acolher mais e melhor.
Desde o momento da Anunciação, Maria revela o que é ter um coração aberto ao mistério de Deus. Mesmo sem compreender plenamente o que se passava, ela responde com confiança: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Seu acolhimento foi ativo: acolher a vontade do Pai exigiu entrega total e uma escuta constante do Espírito.
Assim também somos chamados a acolher os desígnios de Deus, mesmo quando não compreendemos os caminhos. Ter um coração acolhedor é confiar que Ele conduz todas as coisas com sabedoria, mesmo em meio às incertezas.
A visita a Isabel, a atenção aos noivos de Caná, o silêncio junto à cruz: Maria é presença acolhedora em cada momento decisivo da vida de Jesus e daqueles que O cercam. Ela não toma o protagonismo — age com empatia e serviço. Sua presença é refúgio, seu olhar é consolo.
No Carmelo, essa presença se faz ainda mais próxima. Nossa Senhora do Carmo é aquela que acolhe os filhos debaixo do seu manto, oferece proteção, consolo e intercessão. Ter um coração acolhedor é aprender com Ela a ser amparo na dor do outro, a oferecer tempo, escuta e cuidado.
A espiritualidade carmelita valoriza o silêncio fecundo, a escuta interior e o recolhimento como formas de se unir a Deus. Maria guardava tudo em seu coração (cf. Lc 2,19), meditando em silêncio os acontecimentos da vida.
Em meio a palavras rápidas e reações impulsivas, ser acolhedor exige escutar — escutar de verdade. Acolher o outro é dar espaço para que ele exista diante de nós com suas dores, alegrias e limites, sem julgamento. É um exercício de paciência e empatia que nos torna mais humanos e mais semelhantes a Cristo.
Acolher é também um modo de viver. No lar, no trabalho, na comunidade, nas ruas — sempre há alguém que precisa de um olhar mais amoroso, de um gesto de bondade, de uma palavra que restaure a esperança. Um coração acolhedor é aquele que transforma a espiritualidade em presença concreta na vida do próximo.
A iniciativa faz parte da preparação para os 20 anos da Associação Evangelizar É Preciso, que serão celebrados em outubro de 2025.
Ao longo de todo o ano, Nossa Senhora do Carmo — padroeira e madrinha da Obra Evangelizar — é homenageada com uma série de celebrações, conteúdos especiais e momentos de espiritualidade. Entre as ações estão:
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