Último dia de desafio: a chegada a Aparecida

Último dia de desafio: a chegada a Aparecida

Chegamos ao último dia de desafio. Isso mesmo: completamos hoje, ao lado do Padre Jean Patrik, os 350 quilômetros de bicicleta até Aparecida do Norte.  Você pode ler toda a série em:

 Como será que a equipe chegou depois dos últimos 63 quilômetros e de que maneira saem do desafio? Confira!

Último dia de pedal: de Campos do Jordão a Aparecida

Chegamos a reta final dessa longa jornada. Hoje, o dia todo, estávamos eufóricos, em todos estava estampada a alegria por poder concluir essa longa jornada. 

Como o trajeto não seria tão difícil como nos outros dias, saímos um pouco mais tarde. Fomos para o café às 7h, entretanto, acordei antes que o despertador tocasse e já estava ligado às 5h. 

As assaduras pareciam não incomodar mais. Aliás,  todas as dores pareciam estar anestesiadas. Deve ser efeito da adrenalina. 

Fizemos nossa oração em frente ao hotel, pedindo a proteção de Maria e dos anjos para o último trecho do Caminho da Fé. Saímos da região urbana de Campos do Jordão rumo à área rural, andamos por mais de 10km até sairmos do asfalto. A viagem rendeu bastante. Até aí, o sol ainda estava tímido e um ar frio nos acompanhou por boa parte do caminho. 

Um dos integrantes não se sentiu bem nos primeiros quilômetros, achamos que iria desistir, até pensou em pedir ajuda a algum dos carros de apoio que passavam por ali, foi um momento tenso do dia, pois estávamos na reta final. Com nosso apoio moral e também alguns remédios, a saúde se restabeleceu e seguiu firme.

 

O percurso

Pensávamos que não teríamos mais grandes serras pela frente, porém, estávamos enganados. Tivemos que subir vários metros até o ponto mais alto na pousada de Santa Maria, que estava a uns 1900 metros de altitude. 

Depois, de fato, foi só descida. Chegamos aos 500 metros em Aparecida, ou seja, descemos mais de 1400 metros. 

Foram vários trechos com estrada de chão, muitos buracos, poeira e pedras que dificultaram a descida. Uma de nossas companheiras chegou a cair em uma das descidas, mas não se machucou. 

Próximo às 11h, o calor estava aumentando e paramos em uma bela pousada para o refresco. Aí não nos demoramos, pois queríamos chegar em uma tal Trutaria. A pousada era uma bela construção de dois pisos em estilo rústico com um grande lago à frente, um caminho de pedra e pequenos postes estilizados. 

Com um sol escaldante prosseguimos nossa descida. Logo chegamos a Trutaria, igualmente um belo lugar no meio da serra com vista para o vale e caminhos que ainda teríamos que descer. 

Alguns do nosso time de bike arriscaram uma pescaria no tanque de pesque-pague, aliás, o peixe pescado era o que se tornaria o prato do dia. Não há como negar que uma das grandes atrações do caminho é a deliciosa e variada culinária. Eu pensava que iria emagrecer pelo caminho, mas na verdade, devo ter ganhado uns quilinhos a mais.

Eu comi uma truta com alcaparras, que estava deliciosa. Nesse local, nós demoramos um pouco mais, aí também nos reencontramos com peregrinos que já havíamos encontrado em outros momentos, e a partilha de vida foi grande. Essas conversas são uma das grandes riquezas do caminho, pois pessoas do Brasil inteiro estão por aqui. 

Ainda na descida, um pouco mais abaixo, tivemos um momento muito satisfatório. Chegamos no Café no Caminho, óbvio, como o nome já diz,  para tomar um café após o almoço, mas o casal de mineiros nos acolheu tão bem que ali ainda comemos um pão de queijo (legitimamente mineiro) com um doce de leite caseiro, super cremoso e saboroso. 

Depois, cantamos e rezamos com a família que, emocionada, fez questão de tirar fotos conosco. 

Seguimos o rumo, pois ainda havia muita descida pela frente. Paramos ainda em uma curva bem acentuada em um descida íngreme. Lá havia uma placa indicando que teria sido aí que a menina cega que vinha com a mãe de Jaboticabal foi curada por Nossa Senhora, e, lá do alto, enxergou a pequena igreja da Santa morena. 

 

Chegando a Aparecida

A empolgação e a ausência de serras fez com que a viagem rendesse e, em pouco tempo, já estamos tomando uma água de coco em Pedrinhas, município de Guaratinguetá, que fica colado em Aparecida. 

Ao longe, o Santuário já podia ser visto, o coração que já estava acelerado das pedaladas, ficou ainda mais pela expectativa da chegada. Por fim, o momento tão esperado estava para acontecer. A alma estava cheia de gratidão por todos os momentos vividos, o coração repleto de pedidos e intenções que foram sendo recebidas ao longo desses mais de 330 km.

Ao ver cada vez mais perto a casa da Mãe, era difícil conter o choro. Quando pisamos no pátio do estacionamento tivemos um momento divino, nos abraçamos e choramos. 

Agradeço a Deus e partilhamos algumas palavras de gratidão uns aos outros. Uma pessoa que passava por perto ficou tão comovida com tudo que estava vendo, que  pediu um dos nossos celulares para registrar o momento. Foram as melhores fotos feitas em todo o percurso. 

Na sequência, adentramos ao Santuário com nossas bikes e passamos em frente à pequena imagem de Aparecida. 

No coração, a certeza de que os obstáculos podem ser superados com as bênçãos de Deus e a intercessão de Nossa Senhora. Após profundo colóquio com a Santa, viemos ao hotel para nos prepararmos para a missa das 18h que seria na Basílica Velha. Eu tinha pressa pois queria me apresentar para concelebrar com Dom Orlando.

Ao chegar na secretaria da igreja, fui informado que o presbitério estava lotado e que eu não poderia adentrar, mas que eu esperasse o bispo chegar, pois ele poderia me autorizar. Quando o bispo chegou me liberou para concelebrar e ainda me pediu para que fizesse a consagração a Nossa Senhora ao final da missa. Mesmo com todas as dores e cansaço, aquela missa teve uma emoção diferente. 

E foi assim que encerramos nossa longa e pesada jornada, com o corpo inteiro dolorido,  mas com a alma totalmente curada e restaurada. O caminho da fé me fez uma pessoa melhor, ele me fez uma padre melhor!

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Comentários

  • Maria Dorotéia Martins Mendonça
    Gostei muito através dele conhecemos as maravilhas e bençãos de Deus e Nossa Senhora.
  • Ana Ilda Fonseca Eidam
    Maravilhoso fui me emocionando ao ler e ver as fotos, te admiro padre Gean Patrick pelo testemunho de um sacerdote comprometido com a palavra de Deus . Grande abraço 🤗
  • Claudia Regina
    Foi maravilhoso "fazer" essa viagem junto com vcs. Obrigada por partilhar todos os lugares, paisagens, dores físicas, emoções. Deus abençoe a todos.

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