Estamos iniciando o mês da Bíblia. Tendo em vista a memória litúrgica de São Jerônimo, patrono dos biblistas, celebrado todos os anos em 30 de setembro, a Igreja Católica dedica o referido mês para as Sagradas Escrituras.
Escrita em três idiomas – hebraico, aramaico e grego –, a Bíblia foi traduzida para o latim por São Jerônimo a pedido do Papa Damásio I. Assim, após anos de dedicação, estudo e trabalho, São Jerônimo concluiu a chamada Vulgata, primeira tradução latina das Escrituras.
Com o passar do tempo, a Bíblia se tornou o livro mais procurado, lido e pesquisado de todos os tempos. Consequentemente, também é a obra com maior número de publicações na história da humanidade, tendo sido traduzida do latim para a maior parte das línguas e dialetos existentes no mundo.
A Igreja Católica adotou o cânon (princípio) grego, por isso sua Bíblia é composta por 46 livros no Antigo Testamento, dos quais 39 são conhecidos como protocanônicos, isto é, foram catalogados em primeiro lugar. Os outros sete livros adicionais, catalogados posteriormente, denominados deuterocanônicos, já se econtravam na versão grega (Septuaginta), mas não existem na versão hebraica. O Novo Testamento é composto por 27 livros. Vale ressaltar que os sete livros deuterocanônicos não integram a Bíblia Protestante. Contudo, essa diferença não impede que, católicos ou não, todos nós, cristãos, reconheçamos a Bíblia como verdadeira depositária da Palavra de Deus.
A Bíblia não veio do céu pronta. Pessoas inspiradas pelo Espírito Santo a escreveram, mas, apesar de ter sido materializada por mãos humanas, o autor da Bíblia é Deus. Como ensina São Paulo em sua segunda carta a Timóteo:
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2 Tm 3, 16).
Sim, o Espírito Santo inspirou a redação, dando aos escritores faculdades e capacidades para que pudessem transcrever aquilo que era da vontade de Deus. Consequentemente, os livros inspirados por Deus, escritos por homens em linguagem humana, trazem a VERDADE. A Palavra de Deus é viva e eficaz (Hb 4, 12). Não é “letra morta” e, justamente por isso, age como “fermento”. Ela não é estática; a cada vez que a lemos, ainda que o conteúdo seja o mesmo, sempre descobrimos novos significados que, talvez, não tenham sido percebidos anteriormente.
Demandadora de leitura constante e aprofundada, a Bíblia não é um romance, uma novela ou uma notícia de jornal, e, para entendê-la melhor, é importante prestar atenção a informações cruciais como quando e onde ocorreu cada uma das passagens relatadas; quem são os personagens envolvidos, tanto o principal quanto os coadjuvantes; e, por fim, qual a mensagem transmitida a nós em cada texto. Essa é a forma mais coerente de nos debruçarmos sobre a Palavra de Deus numa atitude de oração, lendo a “carta” que é fruto do Seu amor por nós e estabelecendo com Ele um diálogo franco e revelador.
De fato, quando rezamos, falamos com Deus; quando lemos as Sagradas Escrituras e meditamos sobre seu conteúdo, Deus nos fala.
São Jerônimo afirmou: “Desconhecer a Sagrada Escritura é ignorar o próprio Cristo”.
Por tudo isso, reforço que a Bíblia não deve ser um adorno a criar poeira em cima de um móvel qualquer, tampouco pode ficar fechada numa estante. A Palavra de Deus deve ser internalizada e vivenciada todos os dias. Então, faça de sua Bíblia o seu livro de cabeceira.
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