Na época em que Jesus viveu na Terra, muitos alimentos que hoje consideramos comuns já faziam parte da rotina das pessoas. Opções como pão, peixe, uvas, sempre muito citadas no cristianismo, e também grão de bico e mel são cheios de simbolismos.
Mas será que esses alimentos, consumidos há mais de dois mil anos, ainda têm benefícios para a saúde hoje? A resposta é sim. E como outros, precisam também de equilíbrio no consumo, como explica a nutricionista Lina Ávila (CRN9 29623), que é também é voluntária da Associação Evangelizar É Preciso.
Veja as características e indicações de cada um:
O pão é um dos alimentos mais citados na Bíblia, simboliza a nutrição física e o alimento espiritual. Em Mateus 4,4, Jesus diz: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Durante a última ceia, Jesus também usou o pão para simbolizar seu corpo, partilhando-o com seus discípulos (Lucas 22,19).
De acordo com Lina Ávila, o pão ainda é uma fonte importante de carboidratos e fornece energia imediata ao corpo.
“O pão integral, em particular, é rico em fibras, vitaminas do complexo B, e pode contribuir para a saúde digestiva e o controle do colesterol”, explica Lina.
No entanto, ela alerta que o consumo de pão deve ser moderado, especialmente para aqueles com intolerância ao glúten ou diabetes.
“Para uma pessoa saudável, até 250 gramas de pão por dia, equivalente a quatro pãezinhos, é uma quantidade segura”, acrescenta.
Uma curiosidade apontada pela nutricionista é que o pão da época de Jesus era feito apenas com farinha e água, não continha fermento nem outros ingredientes. Com a evolução nos processos de fabricação, mais itens foram acrescentados à receita original.
O grão de bico é uma leguminosa que provavelmente fazia parte da dieta na Palestina antiga. Na Bíblia, não é mencionado diretamente, mas sabemos que leguminosas eram consumidas como parte de uma dieta saudável. A nutricionista destaca que o grão de bico é uma excelente fonte de proteínas vegetais e fibras.
“Ele é ideal para vegetarianos e veganos e também auxilia na saúde digestiva e no controle do colesterol”, comenta.
O grão de bico é também uma boa fonte de ferro, ácido fólico e antioxidantes, que contribuem para a saúde óssea e a prevenção de doenças cardíacas.
“Seu baixo índice glicêmico o torna uma ótima opção para diabéticos e seu consumo regular pode ajudar a manter ossos fortes e reduzir o risco de osteoporose”, explica Lina.
Para quem está tentando controlar o peso, é uma boa alternativa, por ser um alimento que aumenta a sensação de saciedade devido ao seu alto teor de fibras e proteínas.
A recomendação diária é de uma colher de sopa (25 gramas).
As uvas, tão mencionadas na Bíblia, eram uma parte fundamental da agricultura e economia na época de Jesus. O vinho, produzido a partir das uvas, tem grande importância simbólica, especialmente na última ceia (Mateus 26,27-29). Lina explica que são ricas em antioxidantes, como polifenóis e resveratrol, ajudam a proteger o coração e a combater o envelhecimento celular.
“As uvas também têm um papel importante na hidratação do corpo e podem ajudar a regular os níveis de açúcar no sangue”, comenta a nutricionista.
Seus antioxidantes e a vitamina C podem fortalecer o sistema imunológico e ajudar a combater infecções e doenças.
O consumo deve ser moderado: “até 10 unidades por dia são suficientes para obter os benefícios sem exageros”.
O peixe é frequentemente mencionado no Novo Testamento, tanto nas narrativas de milagres quanto como parte da dieta dos apóstolos, que eram pescadores (Mateus 4,18-19). Na época de Jesus na Terra, o peixe era uma das principais fontes de proteína. Lina explica que o peixe continua uma excelente escolha alimentar devido à sua alta concentração de ômega-3.
“Esses ácidos graxos são essenciais para a saúde cardiovascular e mental, ajudando a reduzir inflamações e melhorar a circulação sanguínea”, explica.
Em diversos tipos de peixe, as vitaminas D (essencial para a saúde óssea) e B12 (importante para o sistema nervoso e formação das células vermelhas do sangue) são encontradas em abundância.
Ela recomenda o consumo de 75 a 112 gramas de peixe, pelo menos duas vezes por semana, para aproveitar os benefícios sem sobrecarregar o organismo.
O mel, frequentemente mencionado na Bíblia, é descrito como um alimento de grande valor, associado à abundância e prosperidade (Êxodo 3,8). Além de ser um adoçante natural, possui propriedades antibacteriana, antioxidantes e antissépticas.
“É eficaz na cicatrização de feridas e na melhora da digestão”, destaca a nutricionista.
No entanto, Lina adverte que o mel deve ser consumido com moderação devido ao seu alto teor de açúcar. De acordo com a nutricionista, pelo mesmo motivo, o mel é uma fonte de energia rápida, indicado para ser consumido antes ou após atividades físicas ou por atletas.
“O ideal é limitar o consumo a uma colher de sopa por dia e não é recomendado para crianças menores de um ano devido ao risco de botulismo”.
A Associação Evangelizar É Preciso, da qual o IDe+ faz parte, oferece um serviço gratuito de orientação nutricional para pessoas em situação de vulnerabilidade social. É destinado ao público de baixa renda e acontece de forma remota, via chamada de vídeo.
Os interessados devem passar por uma triagem e análise socioeconômica antes de serem atendidos. Para mais informações ou para agendar uma consulta, entre em contato com o setor de Projetos Sociais pelo telefone (41) 3221-6030 ou diretamente na recepção da Evangelizar, em Curitiba (PR).
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