O vídeo viralizou em poucas horas: duas freiras, convidadas para dar testemunho em um programa da TV, surpreenderam ao protagonizar uma cena inusitada e cheia de alegria. Irmã Marizele puxou o canto, Irmã Marisa começou a dançar e, logo, até o apresentador, Padre Giovan Bastos, entrou na brincadeira. Mas o momento ficou ainda mais marcante quando Irmã Marizele começou a fazer beatbox — a técnica de imitar sons de instrumentos musicais usando apenas a boca, os lábios e a voz.
A espontaneidade e o carisma das religiosas emocionaram e divertiram os telespectadores. Como disse um dos comentários nas redes: “Já dizia a música: ‘Não pode ser triste um coração que ama a Cristo!’ É isso… assim são aqueles que já se encontram com o amor de Deus!”.
Papa Francisco sempre se dedicou a lembrar aos fiéis que Deus é alegria. Outros comentários foram: “É lindo ser católico, é lindo o Espírito Santo que nos contagia” e “Felizes aqueles que se alegram na presença do Senhor”. Diversos perfis nas redes sociais compartilharam o vídeo, inclusive o apresentador Marcos Mion, que costuma declarar sempre sua fé católica.
Natural de Assis Chateaubriand, no Paraná, e criada em Umuarama, Irmã Marizele Isabel Cassiano Rego, de 44 anos, sempre teve a música como parte de sua vida. O avô era violeiro e fabricava violões, as tias cantavam na rádio e ela e suas irmãs faziam o dever de casa cantando, como já contou em uma entrevista.
Antes da vida religiosa, realizou o sonho de infância ao se formar em Medicina Veterinária, em 2001. A sua trajetória mudou de rumo após uma experiência espiritual profunda com Deus e uma promessa: se a mãe se curasse do câncer, ela se dedicaria à vida consagrada. A mãe se recuperou e, em 2004, Marizele ingressou na Congregação Copiosa Redenção, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
Desde então, a Irmã se define como “freira cantora”, dedicada à evangelização por meio da música. Frequentadora da Renovação Carismática Católica, encontrou na arte uma forma de expressar a alegria do Evangelho, e passou a usar também as redes sociais como espaço de missão. No Instagram, já soma mais de 100 mil seguidores, compartilha vídeos religiosos, reflexões espirituais e momentos de descontração. A afinidade com o beatbox surgiu da paixão familiar pela música, sobretudo o sertanejo.
Antes mesmo do vídeo viral, Irmã Marizele já era bastante conhecida do público católico. Em 2023, participou do programa Vozes, da TV Evangelizar, e surpreendeu ao fazer beatbox durante a apresentação. Desde então, é presença constante na emissora, sempre convidada para participar de programas e eventos especiais.
A sua habilidade de unir a música, a evangelização e a linguagem contemporânea a transformou em referência para uma nova geração de missionários e comunicadores católicos. Como afirma em suas redes sociais:
“Senti o chamado de Deus para celebrar a Redenção através da música e evangelização. Desejo ser fiel ao que Deus me chama neste tempo através da Copiosa Redenção, alcançar muitos corações que têm sede da misericórdia”.
Fundada em 1989 pelo Sacerdote redentorista Padre Wilton Moraes Lopes, a Copiosa Redenção realiza um trabalho pastoral e social em cinco estados brasileiros e com duas comunidades na Itália. Atua na recuperação e prevenção do uso de drogas, acolhimento de idosos, reinserção social, apoio espiritual e evangelização.
As Irmãs Marizele e Marisa atuam como promotoras vocacionais, viajam pelo país, participam de ações sociais e ministram retiros para mulheres interessadas em seguir a vida consagrada.
A cena das duas freiras fazendo beatbox e dançando ultrapassou o rótulo de viral. Mostrou, na prática, o que dizia Santa Dulce dos Pobres sobre a melhor forma de atrair os jovens para Deus. A Irmã Marizele faz exatamente isso: evangeliza com alegria, proximidade, utiliza linguagens que dialogam com a cultura contemporânea – sempre com a essência da vida consagrada.
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