Por Isabela Simm Stanga
Sob supervisão de Chirlei Kohls
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), além de uma pandemia, vivemos também uma infodemia, por causa do excesso de informação que circula na Internet, sobretudo nas redes sociais. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) publicou materiais para ajudar no combate do que chama de desinfodemia, explicando que “os impactos da desinformação relacionada à Covid-19 são mais mortais do que a desinformação sobre outros assuntos, como política e democracia”. Quando se trata de uma pandemia que já provocou mais de 4,8 milhões de mortes, uma informação pode ser o ponto entre salvar vidas, se verdadeira, ou arriscá-las, se falsa.
Para discutir e esclarecer o tema, cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) responderão dúvidas da sociedade sobre fake news e pandemia na ação Pergunte aos Cientistas, da Agência Escola UFPR (AE). Nesta edição, participam pesquisadores das áreas de Comunicação, Psicologia, Ciência Política, Patologia Básica, Farmacologia e Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR. Desse modo, a população pode questionar se informações sobre a Covid-19 são verdadeiras e também fazer perguntas sobre a desinformação na Internet, por exemplo: sobre identificação de fake news, crescimento de conteúdos falsos etc.
Para participar da ação, a sociedade pode enviar perguntas até o dia 10 de outubro através do e-mail agenciacomunicacaoufpr@gmail.com ou pelas redes sociais da AE, Instagram, Facebook ou Twitter – junto de nome completo, idade, profissão e cidade onde reside. Ao final do mês, os devidos esclarecimentos serão publicados em matéria no site da Agência Escola, no portal UFPR e também serão enviados à imprensa como sugestão de pauta.
A professora Michele Massuchin, do Departamento de Comunicação da UFPR, será uma das cientistas a responder às dúvidas da população. Ela aponta que a desinformação nas redes sociais ganhou destaque com a pandemia do novo coronavírus, mas não é um tema novo. “Existem ações que são feitas especificamente para o espalhamento desse tipo de conteúdo e, muitas vezes, as pessoas que o recebem não reconhecem essa dinâmica, que ocorre principalmente em grupos de WhatsApp, por exemplo. Assim, essas informações ganham uma repercussão muito grande de maneira muito rápida, sem conteúdo comprobatório”, explica.
A pesquisadora também destaca a perda de confiança de certos grupos em instituições como a ciência, a imprensa e as organizações políticas no geral. “Nesse contexto, é importante discutir essas questões para tentar mostrar que precisamos ter bastante cuidado com o tipo de conteúdo que recebemos: como avaliá-lo e como considerá-lo na tomada de decisão, principalmente em um período de crise de saúde pública, como a pandemia”, afirma.
“É importante que as pessoas enviem as suas perguntas para o Pergunte aos Cientistas, porque elas existem, nós sabemos que elas estão por aí e, muitas vezes, a população não sabe com quem dialogar sobre esse tema. Todo mundo pode aproveitar essa oportunidade para sanar as suas dúvidas”, finaliza.
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