Como nasceu o Novo Testamento e por que transformou a fé

O Novo Testamento tem 27 livros que testemunham a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Representa a Boa Nova que mudou a história da humanidade e inaugurou a Nova Aliança entre Deus e os homens.

Diferentemente do Antigo Testamento, que reúne a história do povo de Israel, o Novo Testamento tem origem na experiência direta das primeiras comunidades cristãs e da missão dos Apóstolos. Os livros mostram como Jesus cumpre as promessas do Pai e revela um caminho novo, que é o do amor.

A fé cristã vem da pessoa de Jesus Cristo. O Novo Testamento, escrito pelos apóstolos e primeiros discípulos, é o testemunho inspirado dessa fé. A Igreja encontra o registro fiel da vida de Cristo e o anúncio da salvação, fundamento escrito daquilo que os cristãos já viviam desde o início por meio da Tradição apostólica.

Como os escritos surgiram

Os primeiros textos do Novo Testamento começaram a ser escritos por volta do ano 50 d.C., com as cartas de São Paulo. Já os Evangelhos foram redigidos entre os anos 60 e 100 d.C. O último a ser escrito foi o Evangelho de João.

Durante os primeiros séculos, esses textos eram lidos nas comunidades cristãs. Foi a partir do século IV, nos Concílios regionais de Hipona (393) e Cartago (397 e 419), confirmados depois pelo Concílio de Trento (1546), que a Igreja definiu oficialmente o cânon de 27 livros que compõem o Novo Testamento.

O que o Novo Testamento revela

O Novo Testamento não surgiu para “mudar” a fé, mas para preservá-la e transmiti-la. Ele revela que a Antiga Aliança encontra sua plenitude em Cristo. Jesus não anula a Lei de Moisés, Ele a cumpre e a eleva, resumindo todos os mandamentos em apenas dois: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22,37-39).

Curiosidades sobre o Novo Testamento

• Primeiros escritos: as cartas de São Paulo, que circulavam entre as comunidades para orientar e animar os fiéis.
• Quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João unidos no mesmo anúncio: Jesus é o Filho de Deus e Salvador.
• Universalidade: o Novo Testamento foi traduzido cedo para o grego e o latim. Foi escrito em grego koiné, a língua comum da época, para que fosse compreendido por diferentes povos.
• Muitas cartas de São Paulo são anteriores aos Evangelhos. Antes de os Evangelhos serem registrados, as comunidades já recebiam catequeses e exortações por escrito.
• O Apocalipse, muitas vezes visto apenas como um livro de “fim do mundo”, é na verdade um livro de esperança: reafirma que o mal nunca terá a última palavra.

Por que o Novo Testamento é tão importante?

Como está no Catecismo da Igreja Católica (§124): “a Palavra de Deus, que é força de Deus para salvação de quem acredita, apresenta-se e manifesta o seu poder dum modo eminente nos escritos do Novo Testamento. Estes escritos transmitem-nos a verdade definitiva da Revelação divina. O seu objeto central é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, os seus atos, os seus ensinamentos, a sua Paixão e glorificação, bem como os primórdios da sua Igreja sob a ação do Espírito Santo”.

Ler e meditar o Novo Testamento é ouvir o próprio Cristo e aprender a viver segundo Seu amor.

Uma recomendação para começar a ler a Bíblia é iniciar exatamente pelos Evangelhos.

• Saiba mais neste post: “Saiba quais são os livros recomendados para começar a ler a Bíblia”