Corações inquietos: algo breve sobre a busca por um amor

Corações inquietos: algo breve sobre a busca por um amor

“Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em Ti” (Santo Agostinho, As Confissões, I, 1,1).

Ao ouvir a experiência amorosa de uma paciente, resolvi escrever algo breve sobre a busca por um amor.

Todos dizem que um dia encontraremos a “tampa da nossa panela” e a “metade da nossa laranja”. Confesso que essas ideias me parecem um tanto contraditórias, considerando que já nascemos inteiros. Quando digo “inteiro”, me refiro a completude. Pois, se somos completos, por que vivemos como se fossemos metade, esperando do outro e depositando nele a responsabilidade de preencher em nós uma falta que é só nossa, e que só nós e Deus podemos preencher?

Deus nos criou singulares e inteiros, e fica muito triste quando seres tão especiais como nós, criados por Ele, buscamos em uma vida muitas vezes promíscua preencher um vazio que nem deveria existir, porque já nascemos inteiros.

O fato é que, durante nossa jornada na Terra, acabamos perdendo pedaços de nós pelo caminho. Pedaços que fazem uma falta danada e que criam em nós uma falta sem cor e sem nome. É fato que o ser humano não sabe como reconhecer e lidar com esse vazio. Por isso, geralmente busca preenchê-lo com coisas e pessoas que não tem esse poder. 

Quantas pessoas doam o que mais tem de precioso para alguém que sequer tira os sapatos para adentrar em solo sagrado? Quantos jovens, em uma balada, beijam dez pessoas em uma noite, procurando uma satisfação que durará menos que o efeito momentâneo de uma dose de tequila?

Por que só procuramos em ações, coisas e pessoas que trazem mais vazio a completude que tanto buscamos?

Eu espero que, um dia, todos nós possamos experimentar a sensação única de (re)encontrar os nossos pedaços perdidos, para que finalmente possamos nos sentir completos e amados, por Deus e por nós mesmos. Só então, após a experiência de conhecer o vazio e sair dele por nossa própria conta, descobriremos que nascemos completos. Descobriremos até mesmo em que lugar exatamente deixamos os nossos pedaços pela jornada da vida.

E mais: arrisco dizer que, após viver essa a experiência de cair e levantar, mesmo em meio a dor, entenderemos que somos solo sagrado e que, por isso, qualquer coisa ou pessoa que entre em nosso espaço deve vir para somar, para enfeitar e colorir uma vida que já é feliz.

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