A história do pensamento filosófico é marcada por momentos de grande transformação — e a Idade Média foi palco de um deles. Nesse período, a Filosofia Escolástica, que ganhou destaque entre os séculos IX e XIII, tornou-se o principal modelo de produção intelectual da época. O auge foi consolidado pelo trabalho de São Tomás de Aquino, um dos maiores filósofos e teólogos da Igreja Católica.
De acordo com o filósofo Francisco Porfirio, em entrevista ao UOL Escola, o termo “Escolástica” refere-se à produção filosófica desenvolvida na Idade Média, marcada pela criação de escolas e universidades impulsionadas pela Igreja Católica. Nesse contexto, o pensamento cristão encontrou um ambiente ideal para se aprofundar e dialogar com o conhecimento da antiguidade clássica, especialmente a Filosofia de Aristóteles.
A Escolástica surgiu como resposta à necessidade de formar sacerdotes e pensadores, promover debates racionais para defender a fé católica e combater heresias e paganismo. Isso tudo uniu fé e razão, propondo que o conhecimento científico e filosófico, além de compatível com a fé, era um meio de fortalecê-la.
A Escolástica teve como base a valorização do ensino e da cultura, além do resgate das ideias de Aristóteles, promovido principalmente por traduções árabes de suas obras. Esse movimento enfatizou o estudo das questões metafísicas e científicas, dividindo o saber em duas categorias principais:
Além disso, a Escolástica era pautada pelo debate filosófico, conhecido como Quaestio Disputata (questões disputadas), no qual intelectuais discutiam temas metafísicos, como a questão dos universais, que dividiu os pensadores entre realistas e nominalistas.
Os estudiosos dividem a Escolástica em três fases principais:
1. Primeira fase: marcada pela harmonia entre fé e razão, destacando-se nomes como Santo Anselmo, que elaborou o argumento ontológico para provar a existência de Deus.
2. Segunda fase: período de maior complexidade filosófica, com destaque para São Tomás de Aquino e seu mestre Alberto Magno.
3. Terceira fase: início do declínio da Escolástica.
São Tomás de Aquino é considerado o principal nome da Escolástica. Inspirado por Aristóteles, ele buscou unir o pensamento grego com os dogmas cristãos.
Entre suas principais contribuições está a distinção entre essência e existência, além da formulação das Cinco Vias que provam racionalmente a existência de Deus.
São Tomás de Aquino utilizou o princípio de causalidade de Aristóteles para desenvolver as Cinco Vias:
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