A obesidade é uma preocupação crescente em todo o mundo. Especialistas propõem uma nova forma de diagnóstico, que considera mais do que apenas o Índice de Massa Corporal (IMC). A mudança pode impactar tanto adultos quanto crianças e traz avaliações mais precisas sobre o excesso de gordura corporal e seus riscos à saúde.
No Brasil, os dados revelam um crescimento preocupante da obesidade. Em 2006, a pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, apontava que 1 em cada 10 adultos tinha obesidade. Em 2019, esse número dobrou para 2 em cada 10. Entre idosos, o sobrepeso também aumentou, sendo mais prevalente em homens entre 70 e 79 anos.
A diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), Cynthia Valério, em entrevista à Agência Brasil, alerta que a obesidade em idosos pode ser subestimada, pois há perda de massa muscular e acúmulo de gordura abdominal sem grande variação no peso corporal.
Além disso, o consumo excessivo de ultraprocessados tem sido apontado como um dos principais fatores para o aumento da obesidade — e há quem defenda a adoção de sobretaxas sobre esses produtos para conter o problema.
Até agora, a obesidade tem sido diagnosticada principalmente pelo Índice de Massa Corporal (IMC), um cálculo baseado no peso e altura da pessoa. No entanto, o IMC tem limitações, pois não diferencia massa muscular de gordura corporal nem considera sua distribuição.
Diante disso, um grupo de 58 especialistas publicou, em janeiro de 2025, na revista científica The Lancet, uma nova proposta para o diagnóstico da obesidade. O modelo recomenda que, além do IMC, sejam levadas em conta outras medidas para adultos:
Para crianças e adolescentes, os especialistas sugerem três critérios principais:
Além disso, a nova proposta divide a obesidade em duas categorias:
Caso essa nova abordagem seja adotada, pode haver uma mudança significativa na forma como a obesidade é diagnosticada e tratada. A ideia é permitir um diagnóstico mais individualizado, que possa reduzir o estigma e garantir que as intervenções sejam mais eficazes. Além disso, os critérios atualizados podem ajudar a direcionar melhor as políticas públicas e estratégias de prevenção.
A redefinição dos critérios para diagnosticar a obesidade representa um avanço importante no entendimento da condição. Com uma avaliação mais detalhada, médicos poderão recomendar tratamentos mais adequados e personalizados. Se adotada, essa mudança pode melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas.
Para cuidar da obesidade de forma adequada, é essencial contar com uma equipe multidisciplinar de saúde. Endocrinologistas e nutrólogos são os especialistas indicados para avaliar alterações metabólicas e hormonais. Nutricionistas ajudam a desenvolver planos alimentares equilibrados e personalizados.
Já educadores físicos orientam sobre atividades físicas seguras e eficazes, adaptadas às necessidades de cada pessoa. Psicólogos e psiquiatras podem auxiliar no manejo emocional da obesidade e tratar questões como compulsão alimentar e transtornos associados. Em casos específicos, cirurgiões bariátricos podem ser consultados para avaliar a necessidade de procedimentos cirúrgicos. O acompanhamento conjunto desses profissionais contribui para um tratamento mais completo e eficaz.
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