Quem já viu uma imagem de São Benedito provavelmente percebeu um detalhe curioso. Ele quase sempre é retratado com uma criança nos braços. O santo franciscano, tão querido pelos brasileiros, é representado dessa forma, segundo a tradição, porque durante suas orações, ele teve experiências místicas nas quais Nossa Senhora lhe aparecia trazendo o Menino Jesus e O confiava a Benedito por alguns instantes.
Em clima de ternura, o santo O acolhia em seus braços e até brincava com a criança divina. Quando o sino do convento tocava, para anunciar os deveres comunitários, São Benedito devolvia o Menino a Maria.
Esse relato inspirou a iconografia popular e o santo é representado com o Menino Jesus no colo. Para os fiéis, essa imagem recorda que a vida de Benedito foi marcada pela simplicidade, pela oração e por uma intimidade profunda com Deus.
Nascido em Palermo, na Sicília, no século XVI, Benedito era filho de pessoas africanas que tinham sido escravizadas e depois foram libertas. Entrou para a família franciscana, viveu como eremita e depois como frade, exercendo a função de cozinheiro no convento. Sua santidade se manifestava na caridade, na oração e em milagres atribuídos à sua intercessão.
Embora seja pouco conhecido na própria Itália, São Benedito ganhou enorme devoção entre os navegadores que passavam por Palermo e levaram sua fama ao “Novo Mundo”. Assim, o santo se tornou especialmente popular no Brasil e em outros países da América Latina, onde até hoje é celebrado como padroeiro dos humildes e intercessor poderoso.
Em julho de 2023, uma triste notícia. Um incêndio no Monte Grifone, em Palermo, destruiu a Igreja de Santa Maria de Jesus, anexa ao convento onde São Benedito viveu e morreu. Nesse local repousava o corpo incorrupto do santo, conservado há séculos como relíquia.
O fogo atingiu a igreja e causou sérios danos. Restaram apenas alguns fragmentos dos ossos do santo. A perda foi sentida em toda a Igreja, pois muitos peregrinos, inclusive da América Latina, visitavam o local para venerar São Benedito. Além dele, a igreja também guardava os restos do Beato Mateus Guimerà, seu fundador.
O santo pobre, que servia na cozinha do convento, foi digno de segurar o Salvador nos braços. Sua vida mostra que quando acolhemos a vontade de Deus com simplicidade, Ele mesmo se deixa encontrar.
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