Qual a idade certa para começar a catequese?

Educar as crianças para a vida cristã é uma missão importantíssima e que não é feita sozinha. É ainda na primeira infância que a espiritualidade da nossa fé deve começar a ser transmitida, sendo o ambiente familiar, o berço da educação espiritual e religiosa. Isso porque, é nessa fase em que as experiências, lições, descobertas e afetos marcam e são levadas para o resto da vida.

Sendo a fase que inclui desde a gestação até os sete anos, a primeira infância é conhecida como período pré-operatório, e é considerada por muitos como a mais importante para o desenvolvimento cognitivo da criança pois há uma explosão no uso da linguagem, na socialização e na imaginação.

Na educação da fé, é fundamental a introdução à vida cristã nessa fase, justamente por sua potência de aprendizado. Mesmo para crianças de colo, a família é responsável por essa introdução para que, nas etapas seguintes, a criança já conheça, sinta e cultive sua religião. Os pais são os primeiros catequistas e, logo, os responsáveis pela vida de fé de seus filhos.

Arquivo Pessoal

Doracy A. O. Penteado é bancária aposentada. Hoje com 60 anos, ela já dedicou mais da metade da sua vida à catequese. Atualmente, Doracy é catequista da iniciação cristã de crianças que se preparam para receber o sacramento da Eucaristia, na Paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores, em Guarapuava, e também trabalha como coordenadora do Decanato Centro dessa etapa da catequese. Para ela, a base da educação de fé em casa, é essencial para a criança desenvolver sua ligação espiritual.

“Quando a catequese começa em casa, com a família, onde os pais ou avós ensinam as orações, rezam juntos, participam da Igreja e são exemplos para os filhos, estes – quando ingressam na catequese – chegam com mais amor e curiosidade para aprender ainda mais sobre Jesus, sobre a doutrina da igreja”, avaliou.

A história de Santa Teresinha do Menino Jesus é um bom exemplo de fé solidificada pela educação familiar. Sendo levada todos os domingos à missa por seu pai, Luís Martin, a experiência com a Igreja marcou fortemente os momentos finais de Teresinha que, em seu leito de morte, vislumbrou a caminhada aos Céus, comparando-a ao seu percurso dominical à missa.

Arquivo Pessoal

A nova fase de formação da fé, a partir da catequese de Primeira Comunhão e Crisma

A partir dos seis anos, as crianças entram em uma nova fase de desenvolvimento e se tornam mais conscientes do mundo que existe fora de casa e da família. Neste período, elas têm maior capacidade de concentração, já têm a linguagem como base do aprendizado, conseguem ler de forma independente, aprimoram sua habilidade motoras e desfrutam melhor das atividades sociais.

A partir de então, elas já estão aptas para frequentarem a catequese de Primeira Comunhão e Crisma nas Paróquias. “Na catequese, as crianças têm a oportunidade de vivenciar o encontro pessoal com Jesus Cristo e, através desse encontro, podem se tornar discípulas missionárias de Jesus onde estiverem. Quanto mais o catequizando aprender sobre Jesus, mais o amará e procurará ser uma pessoa melhor”, enfatizou Doracy.

Além disso, a catequese possibilita à criança e ao adolescente a criação de vínculos com a comunidade onde eles vivem. “Na catequese o catequizando aprende na prática o que é ser missionário de Jesus, saindo em visitas às famílias, participando de arrecadação para crianças carentes”, completou a catequista.

Trata-se de um laço que deve ser ainda mais forte do que aquele construído nas escolas ou colégios já que a catequese forma a vida missionária e de fé de cada um de nós. É uma ligação que se mantém para sempre viva em nós.

“A catequese é o primeiro passo para uma vivência cristã, mas só ela não é suficiente. É preciso colocar em prática, viver o que se aprende na catequese. A caminhada da fé precisa ser fortalecida com orações, participação na comunidade, nas celebrações e nos sacramentos. É preciso também que as crianças vejam o exemplo dos pais e de outras pessoas que elas admiram”.

Sempre é tempo de construir a vida de fé

Considerando as etapas do desenvolvimento infantil, a partir dos sete anos, muitas crianças já iniciam no período catequético preparatório para a Primeira Comunhão. Esse ingresso acaba variando de acordo com a Diocese onde a família está inserida e pode ocorrer, ainda, em anos seguintes.

“Em nossa Diocese chegou-se ao consenso que a melhor idade para ingressar na catequese, em preparação para receber os sacramentos, seja quando se completa 9 anos, para que a criança esteja mais madura e consciente da importância do Sacramento que receberá”, detalhou a catequista. Caso os pais tenham interesse ou a criança deseje entrar na catequese antes dessa idade, as Paróquias oferecem grupos de infância missionária.

É preciso lembrar que não importa em qual fase da vida se esteja, a espiritualidade e a religião sempre pode ser construídas e/ou fortalecidas. As portas da catequese e da vida com Jesus são atemporais.

“Sempre é tempo de começar na catequese, mesmo que já seja adulto. A igreja acolhe com muito amor e carinho todos que desejam instruir-se na fé”, concluiu Doracy.