Por Camila Calaudiano Supervisão: Maíra Gioia
O uso do celular se tornou indispensável no dia a dia: para pagar uma conta, chamar um carro de aplicativo, pedir comida, fazer ligações, marcar consultas médicas… são tarefas facilmente realizadas com um aparelho na palma da mão. Em um mundo cada vez mais mediado pela tecnologia, estar conectado significa ter acesso à informação, oportunidades de aprendizado contínuo, saúde e participação ativa na sociedade. A pandemia de COVID-19 evidenciou a importância da conectividade digital na praticidade diariamente, mas também demonstrou como a tecnologia não é de fácil acesso para todos. Muitas pessoas, especialmente os idosos, enfrentam barreiras para se inserir no ambiente digital. A exclusão digital dos idosos agrava as desigualdades sociais e limita o acesso a serviços básicos, informações e interações sociais. Além disso, reforça, no ambiente virtual, algo que já acontece no mundo real, o isolamento social da pessoa idosa.
Uma reflexão a ser feita na passagem do Dia Internacional da Pessoa Idosa (01/10) é que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está envelhecendo e vai se tornar um país ainda mais idoso até 2050, quando deve passar de 12% para 30% da população com mais de 60 anos. Isso vai ocorrer devido ao aumento da expectativa de vida dos brasileiros, que atualmente é de 75 e passará a ser de 81 anos. Com cidadãos cada vez mais idosos, é necessário que a tecnologia seja mais inclusiva e que se tenha a preocupação de desenvolver ferramentas e aplicativos com interfaces mais acessíveis. Para diminuir essa desigualdade, o Projeto de Extensão ID60+ da Universidade Federal do Paraná (UFPR) vem, há 8 anos, promovendo ações de inclusão digital para pessoas idosas. O projeto é desenvolvido pelo Departamento de Terapia Ocupacional da UFPR e tem o objetivo de instrumentalizar pessoas com 60 anos ou mais, quanto à aquisição de habilidades e utilização independente de dispositivos tecnológicos e tecnologias da informação e comunicação (TICs).
Taiuani Marquine Raymundo é professora e coordenadora do projeto. Ela fala sobre as principais demandas dos alunos:
“Para muitas coisas no smartphone eles precisam da ajuda da família e nem sempre tem um familiar, um filho, um neto, alguém disponível para ajudar na hora que eles precisam. Então essa é a nossa proposta principal, que eles saiam daqui usando funções de maneira independente, que eles aprendam o que queiram aprender e que consigam aplicar isso no dia a dia deles”, aponta.
A dificuldade, portanto, está em superar as barreiras educacionais, econômicas e tecnológicas para garantir que essa população tenha não apenas acesso às ferramentas digitais, mas também as habilidades necessárias para utilizá-las de forma segura e produtiva. À medida que a tecnologia avança, é fundamental que todos os grupos etários possam desfrutar de seus benefícios, tendo, inclusive, total possibilidade de conhecimentos e aplicação de seus aprendizados com segurança e conforto.
O projeto abre inscrições até duas vezes por ano, somando 12 encontros por semestre. Cada turma tem em média 24 alunos, sendo a prioridade os mais velhos. As aulas são elaboradas pelos alunos de Terapia Ocupacional e quando aberto, as inscrições são divulgadas nos portais de comunicação da UFPR e pelo Instagram do projeto, @id60mais.
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