São José: exemplo de obediência

Quando se fala sobre a obediência de São José, logo vem à nossa cabeça o quanto esse glorioso santo se esforçou para fazer o que Deus lhe dizia. Ao contrário de tantas outras figuras bíblicas que foram resistentes à voz do Senhor, o esposo da Virgem Maria colocou seu coração prontamente à disposição da vontade de Deus, mesmo que isso tivesse para ele altos custos.

Obedecer a Deus não é fácil. Exige que abandonemos certas posturas, certezas e pensamentos. José sentiu na pele o quanto é preciso arriscar para que os planos de Deus sejam soberanos. A presença desse grande homem ao lado de Jesus era importante para Deus, para que o nosso salvador fosse amparado, cuidado e protegido junto à Sua Mãe. É nobre a missão de José e, com certeza, é também uma grande honra!

Como nos diz Santa Teresa D’Ávila, é justo que muito custe o que muito vale: nada na vida que é nobre e santo vem sem esforço. Ninguém se torna virtuoso sem praticar boas obras e ninguém se torna uma pessoa admirável sem trabalho duro. A graça de Deus ajuda a todos, mas é preciso que, de nossa parte, também colaboremos com Ele. Nesse sentido, São José foi um ótimo colaborador, pois permitiu que a graça direcionasse suas atitudes.

Sem o mínimo de docilidade, de boa vontade, as chances de a pessoa passar a vida “patinando sem sair do lugar” aumentam. Como, então, colaborar com a graça? Vamos buscar o exemplo na vida de São José.

São poucos os relatos bíblicos sobre a vida de São José. Ainda assim, os que existem, já nos permitem imaginar como São José vivia e intuir suas atitudes inspiradoras.

A primeira delas é o fato de ele ser um homem de oração profunda. Como um bom judeu devoto, São José recitava os salmos várias vezes ao dia e lia as Escrituras constantemente. Agradecia por tudo que recebia, mesmo que fosse pouco aos olhos humanos. Lembrava de Deus ao acordar e ao dormir. Também visitava o Templo do Senhor para O adorar, sempre que possível. São José era um homem de louvor, que não soltava palavras ao vento, mas bendizia ao Senhor com declarações dignas e de amor. Não é difícil deduzir dos relatos que São José não começou a obedecer a Deus de repente; ele já era dócil ao Senhor muito antes da chegada de Jesus.

A vida de São José era entregue nas mãos do Senhor. Era uma vida de fé. Não uma fé romantizada e utópica, mas aquela que “coloca a mão na massa”, com atitudes, esforçando-se pelo que é virtuoso. São José orava e trabalhava – não só na carpintaria, mas também na formação do seu próprio caráter, seu autoconhecimento, no controle dos desejos desordenados, nos seus relacionamentos e em tantas outras dimensões da vida humana.

As muitas pessoas que se sentem “patinando sem sair do lugar” poderiam, inspiradas na vida de São José, dar o primeiro passo em direção ao que é virtuoso, o que pede algum esforço: acordar mais cedo para rezar, trocar um programa de televisão por um livro de formação humana, abandonar amizades que não são frutuosas, estudar mais a vida dos santos, trocar o tempo nas redes sociais pelo tempo de recitar o terço, abandonar apegos para poder voltar a comungar, desaprender maus hábitos e buscar, com isso, a glória no Céu.

A glória no céu

Obedecer a Deus, nessa vida, trará uma grande recompensa no Céu, e nisso São José é também um bom exemplo. “Deus é um bom pagador”, dizia Santa Teresa D’Ávila, grande devota e propagadora da devoção a São José.

A fidelidade de São José foi recompensada e hoje o chamamos de “gloriosíssimo”, reconhecendo os grandes feitos do Senhor em sua vida. Mas o que foi a vida de São José, senão uma vida ofertada, voltada não para os próprios planos, mas para as intenções divinas a seu respeito? E o que estamos esperando para buscar e colaborar, como São José, com os desígnios de Deus para nós?

Não podemos nos contentar com pouco: Deus nos dá, todos os dias, caminhos que podemos seguir para recebermos grandes glórias. Basta eleger prioridades. Quem escolher obedecer a Deus como uma prioridade na sua vida, não ficará sem recompensa.

São José obediente, rogai por nós.