Vocações para a vida

Vocações para a vida

Agosto é tradicionalmente celebrado pela Igreja como o mês dedicado às vocações. Elas se realizam no casamento, sacerdócio e também na vida religiosa ou leiga, mas nenhuma delas pode ser plenamente cumprida sem uma rotina de fé e oração.

Você já sentiu o chamado de Deus? Deixou que toda Sua graça adentrasse seu coração e que Seu propósito fosse revelado a você, assim como Ele quis? Essa é a vocação universal, quando se aceita o destino escrito para todos nós, celebrando a santidade de Deus e executando o plano divino em sermos cristãos. 

São quatro as vocações: Sacerdotais, Matrimonial, Vida consagrada a Deus e Leiga.

Todas elas são baseadas, como destacou Papa Francisco em sua mensagem ao Dia Mundial das Orações pelas Vocações deste ano, na fidelidade. O Papa mencionou o exemplo de São José, que foi fiel ao chamado, não hesitou, mas escolheu perseverar na adesão a Deus e aos seus desígnios. 

“Assim acontece na vocação: a chamada divina impele sempre a sair, a dar-se, a ir mais além. Não há fé sem risco. Só abandonando-se confiadamente à graça, deixando de lado os próprios programas e comodidades, é que se diz verdadeiramente sim a Deus”, diz a mensagem do Papa.

Fortalecendo vocações

As vocações são celebradas como forma de fortalecê-las, torná-las vastas em nossas vidas e de nossas comunidades, tomando-as como São José as fez no dia em que recebeu o Anjo do Senhor, seria o protetor da Mãe de Cristo.

Durante o mês de agosto, em todos os domingos, comemoram-se as riquezas de vocações. Estes dias demandam reflexão de todos sobre elas. 

Além dos chamados à vida e à santidade, cada um de nós é chamado a uma vocação específica.

No primeiro domingo de agosto, são celebradas as vocações sacerdotais. Intensificam-se as orações pelo Dia do Padre, 5 de agosto. Atualmente também se comemora o dia das vocações diaconais, ministérios ordenados. Isso se deve ao fato de no dia 4 de agosto celebrarmos o dia de São João Maria Vianney, o Cura D’Ars, patrono dos Padres; e, no dia 10 de agosto, o dia de São Lourenço, fervoroso defensor do cristianismo e patrono dos Diáconos.

O segundo domingo do mês marca a vocação familiar, abrindo a Semana da Família e o Dia dos Pais. Essa data demonstra a grande importância do chamado ao matrimônio, lembrando que ele é permanente e não transferível, selado com um voto diante de toda a Igreja e de Jesus do altar.

Ainda temos o penúltimo domingo, no qual celebramos a vocação à vida consagrada e, no último, comemora-se a vocação leiga, representada pelas pessoas que, mesmo não seguindo a vida religiosa e sacerdotal, ouviram o chamado de Deus para participar da Igreja em diversas funções, ajudando paróquias e comunidades. 

Nos anos em que agosto tem cinco domingos, a Igreja costuma celebrar o Dia do Catequista: homens e mulheres que, por vocação, levam o Catecismo às crianças, jovens e adultos para que eles possam receber os sacramentos e serem testemunhas de Cristo.

Não podemos nos esquecer da primeira e mais importante vocação, que é a vocação à vida cristã e, por consequência, à santidade. Todos nós a possuímos e, fora desse caminho, não é possível aprimorar e nem mesmo desenvolver qualquer que seja a nossa aptidão pessoal.

E Deus está chamando, de diferentes formas para cada um, pois somos todos irmãos, mas não somos iguais. Ele está chamando com significado e de maneiras a nos direcionar à santidade, ao caminho dEle. 

A família e as vocações

As vocações, assim como as pessoas, precisam ser desenvolvidas, incentivadas, para que possam ser afloradas. E é no seio familiar que elas encontram terreno fértil para seu crescimento e desenvolvimento. Todos temos uma vocação, e conforme crescemos, descobrimos qual é a nossa.

Práticas diárias como a oração devem ser reforçadas, pois elas servem de orientação para uma vida em Cristo. 

Nem sempre poderemos seguir o caminho que conduz a Deus sozinhos, algumas vezes precisamos de ajuda, como Eli ajudou Samuel: “e lhe disse:

‘Vá e deite-se; se Ele chamá-lo, diga: ‘Fala, Senhor, pois o Teu servo está ouvindo’’. Então Samuel foi deitar-se.” (Samuel 3,9).

Deus age também por meio de nossos mais queridos entes, naqueles que depositamos nossas energias e confiança, dessa forma, também fazemos o trabalho de amá-los como assim quis o Senhor.

Uma família unida em Cristo poderá ouvir o chamado mais facilmente, estando cercada da graça de Deus e fazendo o bem. Esse compromisso é mais fácil quando compartilhado, ainda mais em tempos difíceis. 

Inclusive, a união de duas pessoas em matrimônio, a ordenação e a vida consagrada são vocações. Esse compromisso com o outro, com a Igreja e com a comunidade é nossa tarefa diária para permanecermos no caminho do Senhor.

Entender o chamado

A vocação é justamente isso, a própria palavra vem do latim “vocare”, que significa “chamar”. Para a vida cristã, isso se constitui em atender ao chamado de Deus. Desde o dia de nosso batismo, Ele nos convida a crescer de acordo com Sua vontade para participar da construção de seu Reino. 

Uma das passagens mais marcantes e que ilustra bem isso é quando Jesus passando pela alfândega vê e chama um homem, Mateus, um simples coletor de impostos, mas que era visto como traidor e pecador. Quando apontado por seus discípulos e pelos fariseus por se sentar e jantar com ele e outros pecadores disse: 

Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.Mateus 9,13

Essa é a vocação primordial, abraçar a vida e o chamado de Deus, sendo tudo o que Ele quer que sejamos. Essa santidade presente na vida cristã, entender os ensinamentos de Cristo e praticá-los é nossa maior missão. É a nossa união com Deus.

É estar entre os escolhidos como o próprio Cristo falou: “Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos” (Mateus 22,14). Fazer o necessário para atender a Deus, “[…] procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (2 Pedro 1,10), é a insígnia de um bom cristão, assim como São José o fez, inúmeras vezes.

“A vocação é uma proposta de Deus ao homem, mas este é livre para acolher ou rejeitar. Este chamado inclui a vida total, contém o propósito de seguir e servir.” Padre Reginaldo Manzotti

São José, o guardião das vocações

Em sua mensagem para o Dia Mundial das Orações Pelas Vocações, em 25 de abril deste ano, Papa Francisco destacou o tema: “São José: o sonho da vocação”.

Segundo o pontífice, São José é uma figura extraordinária e, ao mesmo tempo, próxima da condição humana. Era uma pessoa simples, mas que realizou algo extraordinário aos olhos de Deus. 

O Papa afirmou que Deus vê o coração e, em São José, reconheceu um coração de pai, capaz de dar e gerar vida no dia a dia.

É isto que as vocações tendem a fazer: gerar e regenerar vidas todos os dias. O Senhor deseja moldar corações de pais, mães: capazes de grandes ímpetos, generosos na doação, compassivos para consolar as angústias e firmes para fortalecer as esperanças. Disto mesmo têm necessidade o sacerdócio e a vida consagrada, particularmente nos dias de hoje, nestes tempos marcados por fragilidades e tribulações devidas também à pandemia que tem suscitado incertezas e medos sobre o futuro e o próprio sentido da vida. São José vem em nossa ajuda com a sua mansidão, como Santo ao pé da porta; simultaneamente pode, com o seu forte testemunho, guiar-nos no caminho.

O Papa destacou ainda as três palavras-chaves que a vida de São José nos sugere para a vocação de cada um: sonho, serviço e fidelidade. 

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