Quando falamos em comunicação por sinais, muitas pessoas têm a ideia de que existe uma única “linguagem de sinais” universal. Na verdade, o que existe são línguas de sinais, e elas variam de país para país, assim como os idiomas orais. No Brasil, por exemplo, temos a Língua Brasileira de Sinais (Libras), enquanto nos Estados Unidos se usa a American Sign Language (ASL). Há uma grande diversidade de línguas de sinais pelo mundo – e cada uma possui suas próprias regras e estrutura.
Uma língua de sinais é um sistema de comunicação visual utilizado pelas comunidades surdas ou com deficiência auditiva, com suas próprias regras gramaticais e vocabulário, assim como as línguas orais. Ao contrário do que muitos pensam, a língua de sinais não é apenas uma tradução do idioma oral para gestos: tem sua própria estrutura e normas e é tão complexa e rica quanto qualquer língua falada.
De acordo com o linguista William C. Stokoe, que fez pesquisas pioneiras nos anos 60, as línguas de sinais possuem estrutura gramatical e regras que envolvem fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Isso as diferencia de outras formas de comunicação gestual que não têm essa complexidade estrutural.
Um erro comum é chamar a língua de sinais de “linguagem de sinais”. Como explica a cartilha da Hand Talk, a Libras é uma língua, pois possui um conjunto organizado de regras e estrutura própria. A linguagem, por outro lado, é um conceito mais amplo, relacionado à capacidade humana de comunicação, por meio da fala, gestos, escrita ou até mesmo linguagem corporal. Portanto, sempre que falarmos sobre Libras, devemos nos referir a ela como língua e não como “linguagem de sinais”.
Assim como as línguas orais, as línguas de sinais têm suas peculiaridades. Utilizam a modalidade visual e gestual, com sinais sendo formados pelas configurações das mãos, movimentos e expressões faciais. Além disso, cada país – ou às vezes cada localidade – desenvolveu sua própria língua de sinais de acordo com as necessidades culturais e sociais locais.
No Brasil, a Libras foi oficializada pela Lei 10.436 de 2002, que a reconheceu como meio de comunicação e expressão da comunidade surda brasileira. A origem tem a ver com a chegada de Ernest Huet, um professor surdo francês, que trouxe influências da Língua de Sinais Francesa (LSF) para o Brasil no século XIX e ajudou na criação da Libras.
Apesar do mito de que existe uma língua de sinais universal, isso não é exatamente verdade. Cada país tem sua própria língua de sinais, e até mesmo em um mesmo país, podem existir variações regionais. Por exemplo, no Canadá, são utilizadas tanto a American Sign Language (ASL) quanto a Langue des Signes Québécoise (LSQ), que refletem as línguas oficiais do país: inglês e francês.
No entanto, existe a International Sign (IS), uma forma simplificada de comunicação usada em eventos internacionais e conferências para facilitar a comunicação entre pessoas surdas de diferentes países. Mas não é uma língua completa. Categoriza-se mais como uma forma gestual simplificada.
Se você deseja aprender uma língua de sinais, como a Libras, existem muitas maneiras de começar. Algumas dicas para quem está interessado em se tornar fluente:
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