Educar um filho é uma das missões mais belas e exigentes que Deus confiou aos pais. Além das obrigações de garantir sustento e estudos, é preciso formar o coração e a alma para a vida e para a eternidade. Muitos santos deixaram conselhos sobre a educação das crianças.
Veja seis direcionamentos que alguns deles ofereceram, seja por escrito, seja por suas próprias biografias e exemplos em vida.
São João Bosco lembrava: “Se queremos saber mandar, temos primeiro de saber obedecer, procurando impor-nos mais com o amor do que com o temor” (Circular sobre os Castigos, 1). O santo dos jovens ensinava que a autoridade dos pais deve estar alicerçada na própria obediência a Deus. Quando o filho vê que o pai reza, cuida da família, é honesto no trabalho e respeitoso no lar, aprende com o exemplo. Antes de pedir obediência aos filhos, é preciso dar testemunho de obediência ao Pai do Céu.
Santo Afonso de Ligório advertia: “Nunca pôr as mãos num filho enquanto dura a ira ou cólera; espere-se até que se tenha aquietado por completo” (Escola da Perfeição Cristã, p. 161). São João Bosco reforçava que, quando a correção se faz necessária, deve ser firme, porém, sem paixões desordenadas. A Sagrada Escritura já ensinava: “Vós, pais, não provoqueis revolta nos vossos filhos” (Ef 6,4). Corrigir é amar, mas deve ser feito com prudência, sem gritos, humilhações ou violência.
“Como poderão os filhos ser bons, se os pais não prestam? Só por milagre”, dizia Santo Afonso de Ligório. Ele lembrava que as palavras educam, mas os exemplos arrastam. Pais que blasfemam, mentem ou se descuidam da fé acabam, de certo modo, obrigando os filhos a errar. Por outro lado, casais que vivem com oração, virtudes e fidelidade despertam nos filhos o desejo de santidade. A vida da família Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus, é prova disso. Beatos Luís e Zélia educaram as filhas no amor de Deus e todas seguiram a vida consagrada.
São João Crisóstomo denunciava a negligência de pais que deixavam os filhos “soltos por todas as partes”, expostos a más companhias e maus costumes. O santo bispo de Constantinopla alertava que a formação da alma exige mais cuidado do que a de um artista com sua obra-prima.
São Francisco de Assis não escreveu tratados sobre a educação das crianças, mas seu testemunho recorda aos pais que a formação também inclui ensinar amor à vida, aos animais e à natureza. A casa cristã deve ser um espaço de cuidado e responsabilidade, onde as crianças aprendem que toda a criação é dom de Deus e que somos chamados a viver como irmãos, em harmonia. Essa dimensão ecológica e fraterna é parte da educação integral. Ensinar que a Terra é a nossa casa comum.
Entre todos os exemplos, São José é o grande modelo de pai educador. Ele foi escolhido por Deus para ensinar a Jesus a Lei, a fé de Israel e também o ofício de carpinteiro. Sua vida discreta, mas firme, mostra que educar é transmitir valores pelo trabalho cotidiano, pela oração em família e pelo cuidado com o lar. José ensina aos pais cristãos que a autoridade paterna deve ser vivida com humildade, responsabilidade e confiança em Deus.
Santa Teresinha do Menino Jesus dizia que as crianças “são como uma cera mole sobre a qual se pode depositar tanto as impressões das virtudes como do mal” (Manuscrito A, 52v-53r). É no lar que essa “cera” recebe suas primeiras marcas, por isso os pais são chamados a ser vigilantes, prudentes e perseverantes no amor.
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