Logística reversa e reciclagem: a parceria que um mundo mais sustentável precisa

Uma garrafa de plástico descartada em uma lixeira pode ser reinventada e ter seu bem-vindo retorno ao ciclo produtivo. Esse caminho é o da logística reversa, um processo que transforma resíduos em novos produtos, o que minimiza o impacto ambiental e é ainda mais importante em tempos de emergências climáticas e desastres naturais, como os que têm ocorrido no Brasil nos últimos anos.

Em 5 de junho, o Brasil celebra uma importante data, que busca conscientizar as pessoas: o Dia Nacional da Reciclagem. E aqui está um convite para entender a relação entre logística reversa e reciclagem, que são duas definições que fazem toda a diferença para a sustentabilidade.

O caminho da logística reversa

Imagine que, após ser descartada, a garrafa de plástico é coletada por uma empresa especializada em reciclagem. Primeiramente, passa por um centro de triagem, onde é separada de outros materiais recicláveis. Em seguida, é enviada para uma planta de reciclagem, na qual é lavada, triturada e transformada em pequenos pellets. Esses pellets são vendidos para indústrias que os utilizam na fabricação de novos produtos plásticos, fechando o ciclo de reutilização.

Plástico triturado após logística reversa

Esse é apenas um dos exemplos possíveis da prática: a logística reversa é um sistema que gerencia o fluxo de produtos do consumidor de volta ao produtor ou a novos ciclos produtivos. O grande objetivo é a recuperação de valor ou o descarte adequado e abrange desde a coleta e transporte até a reciclagem e a reintegração dos materiais na cadeia produtiva.

Assim, quando vemos pontos de coleta de óleo vegetal usado, pilhas ou lâmpadas fluorescentes em supermercados, identificamos a logística reversa a serviço do meio ambiente e da sociedade.

Reciclagem e logística reversa

Embora frequentemente usadas como sinônimos, reciclagem e logística reversa têm significados diferentes. A reciclagem é o processo de transformação de resíduos em novos materiais ou produtos, o que evita o desperdício de recursos. Já a logística reversa é a cadeia de processos que facilita a devolução desses resíduos ao ciclo produtivo.

Dessa forma, a reciclagem é uma parte integrante da logística reversa. Sem um sistema eficiente, os materiais recicláveis não chegariam às instalações de reciclagem. A logística reversa garante que os resíduos sejam corretamente coletados, transportados e processados. Somente assim a reciclagem ocorre de forma eficaz.

No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/2010, é um marco regulatório que estabelece diretrizes para a gestão integrada de resíduos sólidos e para a implementação da logística reversa. Essa legislação impõe a responsabilidade compartilhada entre governos, empresas e consumidores na gestão de resíduos e promove a reciclagem como uma solução sustentável.

O país tem avançado na implementação da logística reversa. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil recicla mais de 95% das latas de alumínio e é um dos líderes mundiais nesse setor. A logística reversa da lata beneficia mais de 800 mil famílias de catadores. No entanto, problemas permanecem, como a necessidade de aumentar as taxas de reciclagem de plásticos e eletrônicos, que ainda são relativamente baixas.

Globalmente, a logística reversa tem ganhado destaque. Países desenvolvidos têm implementado sistemas para gerir resíduos eletrônicos e embalagens. A União Europeia, por exemplo, possui regulamentações bastante rigorosas que incentivam a reciclagem e a redução de resíduos e servem como modelo para outras nações.

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