No Outubro Rosa, deixe a fé da Lorena inspirar você

O câncer ainda é um assunto delicado, no qual muita gente teme entrar, como se falar no assunto, somente, pudesse “atrair” a doença. No entanto, a campanha do Outubro Rosa permite que vençamos esse constrangimento e falemos dele, das formas de se prevenir e de poder detectá-lo cedo o suficiente, se porventura ele chegar, para conseguir vencê-lo.

Por isso, hoje, trazemos o relato de uma seguidora do nosso portal, a Lorena Ferrário, de Recife, Pernambuco, que venceu um câncer de mama, e nos conta sobre tudo que sentiu, tudo que passou e como superou, na sua fé, a doença.

“Tenho certeza que você já escutou ou leu algo sobre o quanto é importante ter fé. Mas falar é a parte mais fácil. A hora da verdade é exatamente quando uma tempestade chega e é preciso achar a forma como você vai lidar com ela. Nessas horas, a fé tem o incrível poder de transformar tudo, mesmo quando você nem sabe o que fazer. Minha tempestade começou em fevereiro de 2019, quando eu descobri um câncer de mama.

Sempre me achei uma católica de muita fé, embora em algumas fases da vida, ela tenha esfriado, ficado mais morna, admito. Mas naquele momento, no dia do diagnóstico, eu senti que era hora de colocar minha fé em prova. Como qualquer ser humano (a gente nunca acha que algo assim vai acontecer conosco), bateu em mim um desespero e eu chorei muito, me vi perdida. Os pensamentos ficaram embaralhados e eu só pensava: ‘Eu quero ver meu filho crescer’.

No dia em que descobri o câncer, 12 de fevereiro, Miguel estava completando dois anos e nove meses, e eu não queria ir embora de jeito nenhum.

Lorena e Miguel: “Por ele aceitei uma sugestão de usar a touca de congelamento, para não ficar totalmente careca e, assim, minimizar um pouco as mudanças físicas sob o olhar de uma criança”.

Foram horas e horas de angústia dentro do hospital, pois imediatamente comecei a fazer uma série de exames para ver se o câncer estava localizado ‘só’ na mama direita ou se também estava em outros órgãos: a busca pela tal da metástase.

Naquela mesma noite, quando cheguei em casa, sem chão, eu já comecei a minha batalha de orações. Ali eu comecei a realmente conversar com Deus.

Não recorri a nenhuma oração pronta, que são tão poderosas e hoje eu amo fazer diversas delas, tamanha a riqueza que cada uma traz. Naquele momento, era meu coração gritando, pedindo socorro, com a minha voz, com a minha dor.

Eu aprendi, por desespero, a falar diretamente com Ele, com minhas palavras, com minha própria tempestade. Acredite se quiser, naquela noite, eu não fazia a mínima ideia de tudo que eu iria enfrentar (embora minha médica já tivesse me explicado todas as possibilidades). Pedi colo a Deus e fui dormir exausta – porém, já sentindo uma confiança brotando em mim. Os dois dias seguintes foram muito angustiantes, quando seguimos com os exames para verificar todas as partes do meu corpo. Mas assim que esses dias iniciais acabaram, eu já me senti vitoriosa, e comecei a agradecer imensamente a Deus. Não havia metástase! Tenho certeza que nenhum prêmio na loteria iria me deixar mais feliz do que a sensação de vitória daquele momento.

Assim que soube que não havia metástase em mim, corri para a capela que fica dentro do hospital para me ajoelhar e agradecer muito. E ali passou a ser minha parada obrigatória durante todos os meses e todas as minhas idas ao hospital, de 2019 até hoje. Naquele dia, não havia ninguém rezando no momento, fiquei sozinha na capela, ajoelhada, de olhos fechados, conversando com Jesus e com Nossa Senhora de Fátima. Me sentei bem pertinho dela. Quando abri os olhos, alguém havia deixado um folheto sobre Ela ao meu lado. Para mim, foi uma resposta: ‘Filha, Eu estou contigo’.

Acervo Pessoal. “Eu estava sozinha na capela, de olhos fechados, conversando com Jesus e com Nossa Senhora de Fátima. Quando abri os olhos, alguém havia deixado o folheto ao meu lado”.

Quando comecei a contar para minhas amigas que eu estava com câncer de mama, uma delas me sugeriu começar a assistir o programa Experiência de Deus, com o Padre Reginaldo Manzotti. Nos primeiros dias que eu comecei a assistir (me deitava com o celular na mão, acompanhando pelo aplicativo), lembro muito bem, o Padre Reginaldo orientou a quem estivesse com câncer pedir, todos os dias, para que uma gota do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus das Santas Chagas fosse derramada exatamente no local do câncer. Foi exatamente o que fiz, dia após dia. E assim, meus encontros diários com Jesus foram se fortalecendo e eu entreguei toda a minha vida nas mãos d’Ele. Entreguei e confiei. Meus joelhos voltaram a encostar no chão.

Acervo Pessoal. “Dani, que me ‘apresentou’ o Experiência de Deus, entregou um papel com meu nome ao Padre Reginaldo quando ele foi até a Rádio Recife para dar uma entrevista”.

O protocolo previsto para meu tratamento eram seis sessões de quimioterapia, uma mastectomia total e um período de radioterapia após a cirurgia. Minha mastologista e minha oncologista já tinham me dito que a expectativa delas, se eu reagisse bem ao tratamento, era de que o tumor sumisse após a quarta sessão de quimio. Isso me enchia de esperança. Minhas três primeiras sessões foram muito difíceis, com o corpo inteiro sofrendo efeitos colaterais fortíssimos. Eu levava um baque gigantesco depois de cada sessão, perdia uma média de cinco quilos por semana, fora os outros efeitos.

Mas, nas minhas conversas com Deus, aprendi a dizer para mim mesma todos os dias: “Viva um dia de cada vez”. Era como se Jesus sussurrasse essa frase para mim. E assim fomos. Eu e Ele, riscando cada dia do calendário. Após a terceira sessão de quimio, meu tumor já havia sumido completamente! Tenho absoluta certeza que Jesus antecipou a previsão dos médicos ouvindo minhas súplicas diárias. E Ele sempre nos surpreende com mais! Completei o protocolo das seis sessões de quimio, fiz a cirurgia de mastectomia total e não precisei fazer nenhuma sessão de radioterapia! Meu tratamento já tinha conseguido resposta completa, para honra e glória de Jesus das Santas Chagas!

Acervo pessoal. “A touca é dolorosa, ela é ligada e o couro cabeludo fica congelado. Como fica bem justa, aperta muito e incomoda, mas não perdi o humor. Eu sabia que aquilo era só uma fase”.

Sem nenhuma dúvida, foram os meses mais difíceis da minha vida. Nem no pior pesadelo eu imaginei passar por isso. Mas, com os olhos da fé, eu digo: foram meses de muita conexão com Deus. Combati um câncer, mas a batalha me deu um amigo incrível. Eu aprendi a conversar com Jesus todos os dias! E sabe o que mais? Jesus está sempre esperando a gente puxar conversa com Ele. E Ele sempre responde.

Até na mais forte tormenta, no maior barulho, na maior confusão, Ele escuta a nossa voz.

O que falta é a gente clamar por Ele, começar a conversar, ter a humildade de se ajoelhar. Tão simples, e a gente passa a vida complicando tudo. Como disse no início, a fé pode transformar qualquer coisa, qualquer situação. A fé não vai fazer você se livrar das tempestades, mas vai te dar forças para saber atravessar todas elas. Ter a certeza de que nenhuma tempestade dura para sempre e que, depois dela, o Sol voltará a brilhar. Entregue. Converse muito com Ele. Espere. Confie. É uma amizade que jamais vai te decepcionar”.

Lorena hoje (acervo pessoal).

O portal IDe+ agradece à Lorena por compartilhar a sua história conosco, por acreditar na transformação da realidade pela força da oração e ser testemunho vivo do Seu amor e do Seu poder.

A fé, além de engrandecedora, é inspiradora e contagiante.