O cérebro do disléxico é normal!

O cérebro do disléxico é normal!

Perceber como se constrói o aprendizado a partir do ponto de vista neurobiológico e compreender o porquê de muitas pessoas inteligentes apresentarem dificuldades na leitura, são indagações que permeiam os estudos e geram questionamentos. Com os avanços das pesquisas em Neurociência, diversas novas nomenclaturas e definições foram dadas às dificuldades apresentadas no processo de ensino e aprendizagem.

Um número considerável de crianças são anualmente identificadas por apresentar dificuldade e/ou distúrbio de aprendizagem, principalmente na leitura e escrita.

É preciso ficarmos atentos que distúrbio de aprendizagem e dificuldade de aprendizagem são coisas distintas! O distúrbio de aprendizagem consiste no comprometimento específico de leitura, de escrita ou do raciocínio matemático em decorrência de alterações na parte central do sistema nervoso, o que ocasiona prejuízos de desempenho na decodificação e/ou na compreensão da linguagem escrita.

Já, a dificuldade de aprendizagem, pode ser decorrente de diversos fatores como: sociais, econômicos, culturais, educacionais e/ou familiares, tendo um caráter transitório, o que permite sua plena superação por meio de intervenção psicopedagógica, pedagógica, fonoaudiológica ou psicológica.

A dislexia é considerada um transtorno

Dislexia Pexels/Olia Danilevich

O termo dislexia foi usado pela primeira vez por Rudolf Berlin, um oftalmologista da Alemanha. Ele empregou o termo para se referir a um jovem que tinha dificuldade de leitura e escrita, ao mesmo tempo em que apresentava habilidades intelectuais normais. Acreditava-se, naquela época, que o problema seria de visão.

Em 1925, Samuel T. Orton, neurologista e um dos primeiros pesquisadores a estudar a dislexia, observou que a dificuldade de leitura e escrita não estava correlacionada com a visão.

Atualmente, entende-se que a dislexia é um transtorno de linguagem caracterizada como uma subativação de caminhos neurais na parte posterior do cérebro. Seus estudos mostram que o aprendizado da leitura depende das habilidades de ouvir e entender a fala, enxergar e perceber os símbolos escritos.

O transtorno de dislexia é um dos entraves mais graves e difíceis de detectar dentro do sistema educacional nas séries iniciais do ensino fundamental, o que compromete a capacidade de leitura, de entendimento das palavras manuscritas ou impressas, da escrita, soletração de palavras, a compreensão e interpretação de textos e também atividades que envolvem o raciocínio lógico do indivíduo.

Quanto mais cedo for identificado esse distúrbio chamado dislexia, melhor e mais eficaz será o tratamento e o desenvolvimento cognitivo, contribuindo, inclusive, para que este indivíduo não seja exposto e nem rotulado por adjetivos pejorativos tais como desatento, desinteressado ou, até mesmo, preguiçoso.

Para que haja um entendimento positivo desse problema dentro do contexto social é de extrema importância a participação da família.

Mas o que é dislexia?

Pexels/Andrea Piacquadio

De maneira direta e objetiva, dislexia é um distúrbio de aprendizagem específico da linguagem caracterizado pela dificuldade fonética, inclusive pronúncia de palavras simples. Esse distúrbio possivelmente está relacionado aos indícios de cunho genético e neurobiológico.

A dislexia pode ser considerada um transtorno específico de leitura, de origem neurobiológica, caracterizada pela deficiência no reconhecimento fluente das palavras, e refletida diretamente no déficit do processamento fonológico do indivíduo.

Posso dizer que o cérebro de um disléxico leva mais tempo para processar alguns detalhes da linguagem, principalmente na fase escolar, sendo necessárias estratégias para um aprendizado efetivo.

Particularmente, eu prefiro denominar a dislexia como um transtorno e não considerar uma doença. Trata-se, assim, de um tipo diferente do funcionamento cerebral, que pode ser tratado por meio de atividades lúdicas, jogos e desafios específicos para desenvolver as áreas em que a criança apresenta maior dificuldade de aprendizagem.

A palavra dislexia, de origem grega, onde “dis”, significa “distúrbio” ou “disfunção”, e “lexis”, significa “palavra” ou, em latim, “leitura”. Portanto, é o comprometimento acentuado no desenvolvimento das habilidades de reconhecimento das palavras e compreensão da leitura.

Em função disso, em muitos casos, acaba comprometendo a capacidade de leitura, de entendimento das palavras manuscritas ou impressas, da escrita, soletração de palavras, a compreensão e interpretação de textos e também de atividades que envolvem o raciocínio lógico.

Mas vale, e muito, ressaltar que o cérebro dos disléxicos é normal, e que inclusive alguns pesquisadores destacam ser pessoas muito habilidosas.

A dislexia caracteriza-se como uma dificuldade desproporcional de aprendizagem da leitura, que não pode ser explicada nem por um atraso mental, nem por um déficit sensorial, nem por um ambiente social ou familiar desfavorecido. Uma consequência importante desta definição é que nem todos os maus leitores são disléxicos. Fatores como, más condições de educação ou simplesmente a complexidade das regras de ortografia podem explicar porque muitas crianças experimentam dificuldades para aprender a ler.

Quais são os sintomas?

 O cérebro do disléxico é normal! Pexels/mentatdgt

Os sintomas apresentados no distúrbio variam de acordo com a gravidade das dificuldades da criança, evidenciando-se especialmente na fase da alfabetização.

Entre os aspectos mais comuns estão:

– Limitação para ler, escrever, soletrar e compreender textos;

– Limitação para identificar fonemas e para associar as letras aos fonemas correspondentes;

– Dificuldade em reconhecer rimas e aliterações;

– Dificuldade de memorizar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos.

Observam-se ainda dificuldades acentuadas na memorização das regras ortográficas, troca, inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas, problemas na organização temporal, espacial e na coordenação motora, demora na aquisição e no desenvolvimento da linguagem oral e dificuldades de expressão e compreensão.

Se houver história familiar de dislexia, esta é uma informação valiosa para tomar decisões em relação ao tratamento, especialmente se a criança parece estar enfrentando dificuldades ou frustração durante os primeiros anos escolares.

Uma maneira diferente de pensar

Pexels/Ravi Kant

Para finalizarmos esse tema tão rico, é preciso pontuar que a dislexia é uma variação natural na distribuição de qualidades entre várias pessoas. Essa maneira diferente de pensar também é familiar para pessoas com Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e Altas Habilidades e Superdotação.

Como resultado dessa “fraqueza” no processamento da linguagem, o medo do fracasso inevitavelmente se desenvolve. O medo da falha desacelera ou desliga o hemisfério não dominante.

Para os disléxicos, se trata do hemisfério esquerdo, o mais adequado para o processamento da linguagem. Assim, sob pressão e estresse, o processamento da linguagem é desativado nos cérebros dos disléxicos, o que piora a dislexia já existente.

Os disléxicos são geralmente pensadores que se distraem ainda mais rapidamente com suas próprias imagens durante a leitura do que os não disléxicos. E tá tudo bem! Se agora você sabe um pouquinho mais sobre dislexia, que tal difundir esse conhecimento para sua rede de contatos? Com certeza será importante pra alguém esse conteúdo.

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