O cérebro que se emociona é um cérebro que aprende

O cérebro que se emociona é um cérebro que aprende

Estamos ficando mais rápidos, digitamos textos, jogamos videogames, respondemos mensagens em grande velocidade, fazemos vídeos com um estalar de dedos e muito mais coisas que exigem respostas ágeis, mas isso não se traduz necessariamente em saúde, afeto e bem-estar.

Nossa mente está criando um mundo onde a informação assume formas e se move com velocidades impensáveis nos últimos anos. E fica nítido que todos podem aprender a usá-la bem, desde que dediquem a isso um tempo, concentração e principalmente o querer, motivados por algo muito maior do que a tecnologia em si, que é o vínculo emocional.

Isso a neurociência chama de afeto, de vínculo ao processo de aprender. Temos absoluta certeza: sem emoção, não existe aprendizagem. Só aprendemos com emoção, mesmo sem nos darmos conta. Na maior parte do tempo, somos influenciados por aquilo que sentimos; quem nos move é a emoção.

O que sentimos funciona como uma espécie de filtro para lidarmos com os estímulos internos e externos. Emoções muito complexas acabam impondo limites e até regulando, motivando e coordenando comportamentos. Assim, fica claro que o processamento emocional prejudicado pode causar muitos problemas, dentre os quais a dificuldade de atenção, concentração e, consequentemente, a aprendizagem.

O fato é que, quanto mais é possível perceber o que sentimos, mais fácil fica manter o equilíbrio e nos cuidar.

A decisão humana, o planejamento de longo prazo e a consequentemente a concretização de planos estão atrelados ao sistema que analisa e avalia as emoções.

“Só se aprende aquilo que se ama”

Há muitos anos atrás, Antônio Damásio, um renomado neurocientista, em suas pesquisas em conjunto com outros neurocientistas, afirmou que todas as experiências de uma pessoa são assinaladas afetivamente. Assim, quando uma pessoa precisa decidir, faz uma rápida avaliação inconsciente da situação e só assim toma a decisão, ou seja, a decisão está envolvida pela emoção que a situação te remeteu.

Outros processos cognitivos são também fortemente dependentes de processos emocionais. Por isso, é possível lembrar melhor de eventos associados a alguma emoção como uma história contada, um fato com imagens ou exploração do ambiente   do que de um simples cálculo matemático, a não ser que eles nos provocam grande alegria ou muita irritação.

O aprendizado é quase sempre mais fácil quando nos encontramos bem emocionalmente ou estamos afetivamente ligados à pessoa que nos ensina. Ao contrário disso, sentimentos negativos duradouros decorrentes de distúrbios afetivos, como depressão ou estado de excitação exagerada (manias), afetam a sensibilidade geral e a capacidade cognitiva, interferindo na concentração, na memória e até na fala. 

É muito coerente o neurocientista espanhol Francisco Mora ao afirmar que “só se aprende aquilo que se ama”, por meio da emoção. “O cérebro precisa se emocionar para aprender. A emoção serve para armazenar e recordar de uma forma eficaz” (o que se aprende). Mora  é professor em universidades norte-americanas e espanholas. É autor do livro Neuroeducação. Só se pode aprender aquilo que se ama. Ele é categórico em sua provocação: “É com emoção que se desperta a curiosidade e desencadeiam os mecanismos neurais de aprendizagem e memória.”

As emoções e o aprendizado

Sabe-se que um dos prazeres mais naturais e espontâneos é o de dar significado às coisas e as situações. O processo de aprendizagem de verdade só ocorrerá se for significativo para quem aprende.

As emoções são indispensáveis para a interação e ação interpessoal: sem elas, os fundamentos para uma rotina bem sucedida deixariam de existir. Além disso, as emoções são indispensáveis para a interação e ação interpessoal e são essenciais para a capacidade de aprendizagem implícita e inconsciente, bem como para as decisões sensatas e assertivas. Em outras palavras: nossos sentimentos definem, em grande parte, quem somos e o que fazemos.

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