Os quadros de Caravaggio que retratam São Mateus

Caravaggio, um dos mestres do Barroco italiano, é conhecido por suas obras sacras que combinam realismo dramático e profundidade emocional. Sua técnica de chiaroscuro, que contrasta luz e sombra, busca capturar tanto a humanidade quanto a divindade dos personagens retratados. Entre suas obras mais famosas estão as que retrataram São Mateus e recebem a reflexão e o gosto até do Papa Francisco.

A Vocação de São Mateus

“A Vocação de São Mateus” (1599-1600) é uma das pinturas mais conhecidas de Caravaggio e tem um lugar especial no coração do Papa Francisco. Localizada na igreja de San Luigi dei Francesi, em Roma, retrata o momento em que Jesus chama Mateus, então um cobrador de impostos, para segui-lo. A composição da pintura utiliza a luz como símbolo da iluminação divina que guia Mateus de uma vida de pecado para uma vocação sagrada.

A Vocação de São Mateus, obra de Caravaggio

Quando ainda era o Cardeal Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco costumava visitar essa igreja para contemplar a pintura. Ele escolheu o lema “Miserando atque eligendo” (olhou-o com misericórdia e o escolheu) que se relaciona ao chamado de Mateus.

Além de “A Vocação de São Mateus”, Caravaggio pintou outras duas obras importantes que também se encontram na igreja de San Luigi dei Francesi.

“O Martírio de São Mateus” retrata o martírio do apóstolo. Mostra o momento de sua morte com intensidade e emoção crua. A luz, novamente, destaca a intervenção divina e a coragem do santo em face do martírio.

O Martírio de São Mateus, obra de Caravaggio

“São Mateus e o Anjo” – também conhecida como “A Inspiração de São Mateus” — expõe o evangelista sendo guiado por um anjo enquanto escreve seu evangelho. A interação íntima entre Mateus e o anjo simboliza a inspiração para fazer parte das Escrituras Sagradas.

São Mateus e o Anjo, obra de Caravaggio

A Igreja e a arte

A relação entre a Igreja Católica e as artes é histórica. Tantas obras inspiram e educam os fiéis. São João Paulo II, em sua “Carta aos Artistas” (1999), destacou a importância da arte na vida da fé. Ele reforçou que os artistas têm a capacidade única de “exprimir a beleza e comunicar a verdade”​.

João Paulo II incentivou os artistas a continuar a busca por temas espirituais e bíblicos, lembrando que a arte pode tocar o coração das pessoas de maneira profunda e duradoura.