Os tios na Bíblia e os vínculos familiares que revelam o cuidado de Deus

Os tios na Bíblia e os vínculos familiares que revelam o cuidado de Deus

Em muitas famílias, tios e tias são essenciais para a formação, proteção e transmissão de valores. A Bíblia também reconhece a importância desses vínculos.

Na leitura das Escrituras, é preciso ter atenção: termos como “tio”, “primo” ou mesmo “sobrinho” nem sempre aparecem com precisão. Em hebraico antigo, por exemplo, a linguagem familiar era mais ampla e genérica. Palavras como ach (irmão) e dod (tio ou primo) podiam designar diversos graus de parentesco.

No Novo Testamento, o termo grego suggenēs (συγγενής), usado para descrever a relação entre Maria e Isabel (cf. Lucas 1,36), é melhor traduzido como “parente”. Não indica necessariamente o grau de parentesco.

Já a palavra “tio” aparece de forma mais clara no Antigo Testamento. Um exemplo está em Gênesis 14,12, onde Ló é chamado de “sobrinho” de Abrão — e este, portanto, é seu tio. Também em Levítico 25,49, a figura do tio é mencionada no contexto da redenção de um parente.

Abraão é um dos exemplos mais conhecidos. Após a morte do pai de Ló, Abraão o acolhe e cuida como a um filho. Eles partem juntos rumo à terra prometida e Abraão protege Ló até mesmo quando ele é feito prisioneiro. Esse vínculo mostra que o amor familiar ultrapassa obrigações formais: é uma escolha de cuidado. O verdadeiro vínculo de família é construído na responsabilidade e na proteção mútua.

Zeruia, irmã de Davi, teve três filhos: Abisai, Joabe e Asael. Todos foram guerreiros leais ao rei. Davi, portanto, era tio desses três homens que o acompanharam em sua trajetória como governante e homem de fé. O vínculo entre tios e sobrinhos pode ser também aliança de fidelidade, serviço e apoio nas missões da vida.

A família no plano de Deus

A Bíblia não idealiza famílias perfeitas — narra grupos reais, marcados por desafios, rupturas e reconciliações. Mas em todas elas está presente que os familiares são parte essencial do plano de Deus para a humanidade, tanto que Jesus veio ao mundo por meio de uma família – a Sagrada Família. Ela é o primeiro espaço de cuidado, educação e fé.

“A família é o lugar do encontro, da partilha, da saída de si mesmo para acolher o outro e estar junto dele. É o primeiro lugar onde se aprende a amar”, falou Papa Francisco ao celebrar uma Santa Missa em 2022.

E mesmo sem citar diretamente tios e tias, o Papa defende a valorização da “família ampliada”, aquela que vai além do núcleo pai-mãe-filhos. Ele recorda que é preciso recuperar “o valor social da família, da rede de relações que oferece acolhimento, presença e solidariedade aos seus membros, especialmente os mais jovens e os mais frágeis”.

Tios e tias são, em muitas famílias, adultos de confiança, referências de afeto, apoio espiritual e até mesmo figuras de criação. São aqueles que muitas vezes compartilham a fé, acompanham os sobrinhos com sabedoria e amor — ou simplesmente oferecem um colo, uma escuta, uma orientação em momentos decisivos. É bonito e necessário recordar que Deus age também por meio desses laços.

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