Sacerdote e paleontólogo: conheça o Padre Giuseppe Leonardi, que une a ciência e a fé

No Dia do Paleontólogo, 7 de março, um nome muito importante tanto para a fé quanto para a ciência merece destaque: Giuseppe Leonardi. Padre e pesquisador, ele deixou sua marca na paleontologia brasileira.

Nascido em Veneza, Itália, em 1939, Giuseppe Leonardi fez doutorado em Ciências Naturais, com especialização em Paleontologia, pela Universidade La Sapienza de Roma. Muito respeitado nos meios científicos, ele se dedicou principalmente ao estudo de vertebrados, como os cervos pleistocênicos.

Muito estudioso, ainda obteve o doutoramento em Sagrada Escritura no Istituto Bíblico de Roma e Jerusalém, além da licenciatura em Teologia na Pontifícia Universidade do Latrão, na capital italiana.

E como o italiano passou a ser também brasileiro? A história de Leonardi com o Brasil começou em 1974, quando se naturalizou brasileiro em Castro, cidade do Paraná. Ele foi professor visitante na Universidade Federal do Paraná (UFPR), na qual ministrou disciplinas como Geologia Histórica, Geologia do Brasil e Paleontologia de Vertebrados. Também foi professor na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), onde lecionou Metodologia Científica.

Como pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Padre pesquisador alcançou o nível máximo (1-A) entre 1977 e 1989. Seu trabalho como paleontólogo de vertebrados de campo o levou a explorar e descobrir sítios paleontológicos tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo. Durante uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Paraná, ele ainda recebeu o título de Cidadão Honorário do Paraná. Padre Giuseppe é descrito como um símbolo de resistência, tolerância e cultura da paz. Sua atuação na Pastoral da Juventude também foi enaltecida durante a homenagem.

Foto: divulgação

Contribuições científicas

Entre suas contribuições científicas, está a descoberta de pegadas fósseis de dinossauros. Durante suas expedições pelo Brasil, Leonardi encontrou pegadas nas cercanias de Araraquara, São Paulo, no início dos anos 1980. Esses vestígios foram posteriormente identificadas como pertencentes a uma nova espécie de dinossauro, denominada Farlowichnus rapidus.

De acordo com a descoberta, o carnívoro pequeno e ágil deixou suas pegadas em rochas da Formação Botucatu, aproximadamente 140 milhões de anos atrás. A descoberta rendeu uma publicação conjunta de um estudo no periódico Cretaceous Research, que envolveu diversas instituições, incluindo o Museu de Ciências da Terra do Serviço Geológico do Brasil. Ele doou uma das amostras das pegadas encontradas na chamada formação de Botucatu ao Museu de Ciências da Terra (MCTer) em 1984.

Por onde anda o Padre paleontólogo?

Atualmente, Padre Leonardi reside em Veneza, sua cidade natal, mas mantém vínculos frequentes com o Brasil e continua suas pesquisas científicas sobre o país. Ele retornou à Itália como superior geral da Congregação das Escolas de Caridade (Cavanis) e atua em 15 comunidades brasileiras.