Entre os destaques das grandes amizades, a história de São Francisco e Santa Clara de Assis é um exemplo de humildade e amor a Deus. Como amigos, eles lembram aos fiéis que as verdadeiras amizades são aquelas que nos aproximam do Pai. Francisco chamava Clara de sua “plantinha” e Clara chamava Francisco de “nosso pai”, como já escreveu Frei Raniero Cantalamessa.
O laço entre São Francisco e Santa Clara é um testemunho inspirador de como uma relação profunda pode florescer quando os corações são unidos em amor a Jesus e seus ensinamentos. Os dois santos nasceram em Assis, na Itália, no século XIII, e suas vidas se cruzaram graças ao movimento de renovação espiritual iniciado pelo “Santo protetor dos animais”.
De acordo como livro “ São Francisco. O Poeta da criação”, de autoria de Padre José Artulino Besen, a obra de Clara estava sempre no coração de Francisco e ele frequentemente enviava doentes e enfermos para ela, confiando em sua habilidade de curar com amor e cuidado. Apesar de sua humildade, Francisco reconheceu a profunda admiração que Clara e suas irmãs tinham por ele, que era espiritual e humana, e os unia no amor a Cristo e na busca pela santidade, de maneira profunda, que desafiava a noção convencional de amizade.
Ainda segundo a obra de Padre Besen, Francisco, em seu desejo de garantir a liberdade de Clara e de suas irmãs, distanciou-se fisicamente delas. Alguns frades podem ter considerado isso como falta de caridade. Porém, Francisco tinha uma visão precisa do objetivo: “no futuro não haver nenhum intermediário entre Cristo e as irmãs.”
Um momento singelo na história desse laço aconteceu quando Francisco finalmente aceitou o convite de Clara para pregar em São Damião, o convento onde ela e suas irmãs residiam. Ele entrou na igreja e desenhou um círculo no chão com cinzas, colocou o resto delas em sua cabeça e recitou o Salmo da Penitência (Sl 50). Francisco não estava ali para pregar, mas para rezar e mostrar a Clara e suas irmãs que ele era apenas um pecador em busca de penitência.
Em março de 1225, Francisco, já muito doente, visitou Clara em São Damião e expressou o desejo de permanecer ali. No entanto, sua doença exigia tratamento em outro lugar. Foi durante o período, sofrendo com a doença e o incômodo dos ratos, que Francisco compôs o “Cântico do Irmão Sol,” um hino de alegria ao Criador.
No ano seguinte, Francisco faleceu. Contudo, a amizade e o legado que ele deixou em Clara continuaram a ecoar. Ela viveu mais 27 anos, na paz e saudade de Francisco e manteve acesa a chama da devoção e da humildade.
Santa Clara de Assis nasceu em 1193, em uma família aristocrática e rica. Ela renunciou à nobreza e às riquezas para seguir a vida de humildade e pobreza proposta por Francisco de Assis. Com 18 anos, deixou sua casa e se uniu secretamente aos frades menores na pequena igreja da Porciúncula, onde inaugurou sua jornada de devoção a Cristo.
Clara foi uma das primeiras mulheres a adotar a vida religiosa que seguia os princípios de São Francisco. Sua dedicação à pobreza e confiança na Providência divina a levaram a obter o Privilegium paupertatis, uma concessão papal que proibia que ela e suas irmãs possuíssem qualquer propriedade material. Ela compôs uma Regra escrita, aprovada pelo Papa, para orientar todas as comunidades femininas inspiradas pelo exemplo de Francisco e Clara.
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