São José: espelho de paciência

A ladainha de São José nomeia este santo com um título que é pouco conhecido: Espelho de Paciência. Isso porque a fé cristã reconhece que na sua história de vida essa virtude foi essencial para que ele cumprisse com os desígnios de Deus a seu respeito. Além do mais, a forma heroica como viveu a paciência o possibilitou servir a Deus e colaborar com os planos de salvação para todo o mundo.

Sem a paciência, São José não teria possibilidades de cuidar do Menino Jesus e ao mesmo tempo ser esposo da Virgem Santíssima.

• Primeiro, pelo fato que ele teve de lidar com coisas que na sua humanidade eram de difícil compreensão, O levando a aceitar que precisava esperar que cada coisa acontecesse ao seu tempo.
• Segundo, que nada acontecia segundo o tempo humano, mas segundo o tempo de Deus, levando-O a aceitar viver pela fé.
• Terceiro, que Ele também não dispunha de recursos abundantes aos olhos terrenos, levando-o a pacientemente esperar nos segredos da Providência Divina.

A paciência é um dom

Há uma famosa frase de Santo Agostinho que diz: “Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência”, pois foi usando a virtude moral da paciência que São José pôde tomar atitudes sábias, evitando qualquer precipitação ou margem para o equívoco.

Pela paciência, São José agiu prudentemente, controlando dignamente suas paixões, sua ansiedade, seu imediatismo ou qualquer tendência que não pudesse ser controlada pela razão. Aliás, a paciência deste santo era fruto do seu raciocínio lógico, do bom uso de Sua inteligência e, claro, da graça de Deus, pois sem ela nada de bom é possível.

Pela paciência, São José conseguiu discernir com mais precisão sobre como agir feito um verdadeiro homem de Deus, dispondo todas as suas capacidades para o serviço e se entregando com a inteireza de coração.

Isso porque a paciência nos possibilita tomar distanciamento das situações que não nos são imediatamente claras, para que só então tenhamos uma visão mais profunda das mesmas. Avaliando cada coisa, com calma e oração, José enxergou os caminhos de Deus, que se tornaram muito clarificados ao Seu coração, dando-lhe paz para dizer Seu sim ao Altíssimo.

A oração

A principal aliada da paciência de José, no entanto, era a oração e a meditação. Como todo bom judeu, São José orava a Adonay, clamando que lhe colocasse uma guarda em sua boca, uma sentinela aos seus lábios (Salmo 140) para que assim seu coração não se desviasse do que é santo em momento algum. E pela meditação das escrituras, sua alma se abriu para acolher a vontade de Deus, tornando São José profundamente dócil ao Espírito Santo.

Foram esses os instrumentos que fizeram sua paciência ser para nós modelo e a qual devemos imitar ante a violência, ante o desprezo e ante as privações, da mesma maneira que Ele enfrentou. Usemos, pois, tais instrumentos e não deixemos que os problemas do mundo nos desesperem. Quem tem paciência tudo alcança.

São José, espelho de paciência. Rogai por nós!