Três momentos para exercitar a empatia

Por Tatyana Casarino

“Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram” (Romanos 12,15).

Ninguém vive em uma ilha. Vivemos em sociedade e estamos rodeados de pessoas diferentes de nós. Para amar melhor o próximo como Jesus nos ensinou, precisamos ter empatia.

A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro e entender o outro emocionalmente. Que tal praticarmos mais a empatia? Vou indicar três momentos fundamentais para vivenciá-la.

1) Para apoiar e não para criticar

Quantas vezes caímos na tentação de julgarmos os outros com as nossas próprias perspectivas de vida? Entretanto, é fundamental fazer um exercício simples e poderoso: tentar enxergar a vida com a perspectiva do outro.

Ao invés de criticar as pessoas que vivem situações que não concordamos, devemos oferecer o nosso apoio. Obviamente, se elas estiverem tendo algum comportamento errado, não devemos ser coniventes. No entanto, ao invés de criticar essas pessoas com mil pedras nas mãos, podemos dar conselhos sábios e oferecer o nosso apoio nas suas dificuldades.

2) Para ajudar e não para desprezar

Muitos viram o rosto quando passa alguém que precisa de ajuda ao seu lado. Infelizmente, as pessoas que vivem situações difíceis são, muitas vezes, desdenhadas. Não podemos, contudo, desprezar o nosso irmão em suas dificuldades.

Devemos entender o nosso irmão e nos colocar no lugar dele. E se aquela situação ocorresse em nossa vida? Será que gostaríamos do desprezo? Não, não gostaríamos de receber desapreço, mas ajuda amorosa. Vamos olhar para as pessoas que estão em situações mais difíceis do que as nossas com olhar amoroso, para que sejamos mais generosos.

É fácil ficarmos na nossa zona de conforto enquanto o nosso irmão passa por dificuldades. O verdadeiro cristão não deve ser “morno” e desprezar o irmão que sofre. Devemos ser “quentes” na fraternidade, para que a nossa vida seja verdadeiramente cristã e feliz. Ajudar o próximo traz sentido para a nossa vida, bons propósitos e a incrível sensação de “missão” cumprida. Pode ser que um dia também sintamos a necessidade da ajuda de um irmão caloroso e generoso. Por isso, devemos ser mais generosos uns com os outros.

3) Para acolher e não para invejar

É mais fácil ter empatia por quem sofre do que por quem parece ostentar uma vida melhor do que a nossa. A tendência do ser humano é invejar quem está em posições de triunfo, mas sabia que as pessoas que atingiram o sucesso também precisam da nossa empatia?

Todos nós carregamos dores ocultas na alma. A dor emocional é algo experimentado por todos, incluindo as pessoas bem-sucedidas. Por trás do sucesso, há sacrifícios e lutas que ninguém vê.

Muitos indagam o motivo de pessoas ricas, bonitas e famosas caírem no mundo das drogas, por exemplo. Muitas vezes, isso acontece pela falta de empatia e acolhimento das pessoas ao seu redor. A maior reclamação de grandes empresários, modelos e artistas é a falta de empatia alheia diante das suas angústias.

Ao invés de invejar alguém que ostenta uma posição de sucesso, você já fez o exercício de compreender as angústias que esse irmão pode ter enfrentado ao longo da jornada? Precisamos ser mais compreensivos com todos. A empatia faz com que o mundo seja um lugar melhor.