Inteligência Artificial: o que ela representa?

Inteligência Artificial: o que ela representa?

Entender as vantagens e as desvantagens da Inteligência Artificial (IA) tem sido o esforço de muitas pessoas. Afinal, só se fala sobre isso e, como vem se popularizando a cada dia, é natural surgirem algumas inseguranças e muitos questionamentos.

Um dos debates mais recorrentes quando o assunto entra em pauta, inclusive, é justamente se a IA é, no final das contas, positiva ou negativa. Mas como suas possibilidades são muitas, fomos conversar com quem entende do assunto: o engenheiro de controle e automação Kleber Filho.

Ele é consultor em IA e afirma que, antes de fazer a listinha dos prós e contras, é preciso entendê-la. A Inteligência Artificial, segundo Kleber, é um “campo da ciência que busca desenvolver modelos matemáticos capazes de utilizar informações externas para reconhecer padrões e, com base nesses padrões, desempenhar tarefas de maneira semelhante à forma como um ser humano as realizaria”.

Ou seja: os modelos de IA tentam imitar o processo de pensamento humano no desenvolvimento de habilidades específicas.

O termo foi utilizado primeiramente em 1956 por John McCarthy em uma conferência. Apesar da origem certa, geralmente se atribui a ideia de “máquina pensante” ao matemático Alan Turing, realizador do teste de Turing de 1950. O teste foi desenvolvido com o propósito de testar se um computador seria capaz de demonstrar a capacidade de raciocinar de forma equivalente a um humano.

Desde então, já acumulou contribuições de pesquisadores de diversas partes do mundo. Tudo com o objetivo de “possibilitar que sistemas computacionais fossem capazes de executar tarefas que dependessem do raciocínio humano”, resume Kleber.

Vantagens e desvantagens

Kleber Filho, que é mestre em Mecatrônica e realiza Doutorado na mesma área, é rápido em listar as vantagens da Inteligência Artificial: desenvolvimento de tarefas repetitivas, diagnósticos médicos, automação de processos, segurança do trânsito, monitoramento de vias, segurança na construção civil, facilitar atividades da indústria.
Além do mais, como reforça ele, a IA consegue trabalhar em tarefas que precisariam de um humano.

“A máquina é ensinada a pensar e consegue tomar decisões com base no que uma pessoa levaria em consideração”, explica ele.

Com relação às desvantagens, o engenheiro é mais econômico:

“É possível criar imagens que não existiram, simular vozes, colocar o rosto de uma pessoa na outra, o que exige certo cuidado”, detalha ele, ao alertar que “se mal utilizadas, podem prejudicar muita gente”.

 

Comercial de veículo usou Inteligência Artificial para recriar imagem da cantora Elis Regina

Caso polêmico e fake news

Um caso recente relativo à Inteligência Artificial que gerou opiniões divergentes na internet e esquentou as redes sociais, justamente sobre o alerta feito por Kleber Filho, foi o da campanha publicitária que recriou o rosto e a voz da lendária cantora Elis Regina.

Apesar de muitas respostas positivas e emocionadas, a propaganda que usou a imagem de Elis cantando ao lado da filha, a cantora Maria Rita, também rendeu críticas e motivou, inclusive, que um Projeto de Lei começasse a tramitar no Congresso Nacional a respeito do tema.

No centro da discussão, a possibilidade de usar imagem e voz de uma pessoa já falecida. Esse caminho dado pela IA permite também o tráfego livre para criadores e disseminadores de fake news. É possível fazer com que uma pessoa pública, por exemplo, diga algo que ela nunca falou. Ou esteja em um local nunca visitado antes.

Além disso, um estudo recente da Newsguard, organização especializada em desinformação, identificou 49 sites de notícias nos quais os conteúdos eram gerados por Inteligência Artificial. Muitos desses artigos continham informações falsas e mensagens de erros comuns de chatbots (aqueles programas de computador que tentam simular, em mensagens ou ligações telefônicas, um ser humano na conversação com as pessoas para dar a impressão de que estão conversando com outro ser humano).

Caminho sem volta?

Apesar do progresso acelerado da Inteligência Artificial na vida cotidiana, Kleber Filho reflete que os rumos dessa tecnologia dependem das definições da sociedade. 

“Essa área está progredindo rápido e é provável que logo, logo estejamos num mundo onde a IA seja tão comum quanto um celular e todos terão acesso a ela”, aposta ele.

Com esse avanço, regulamentações são bem-vindas, defende Kleber. “É preciso entender que existem riscos e desafios”, diz o consultor, que acrescenta que eles devem ser minimizados. Mas considera que a Inteligência Artificial veio para ajudar. Há muitas coisas que ela pode fazer pela sociedade. A IA exige cuidados, de natureza ética, proporcionais ao “poder” que ela possui.

“Nós, humanos, é que vamos decidir o caminho que deverá ser seguido”, conclui o especialista.

O que você achou desse conteúdo?

Deixe seu comentário sobre o que você achou do conteúdo.

Aceito receber a newsleter do IDe+ por e-mail.

Comentários

Cadastre-se

Cadastre-se e tenha acesso
a conteúdos exclusivos.

Cadastre-se

Associe-se

Ao fazer parte da Associação Evangelizar É Preciso, você ajuda a transformar a vida de milhares de pessoas.

Clique aqui

NEWSLETTER

IDe+ e você: sempre juntos!

Assine nossa newsletter, receba nossos conteúdos e fique por dentro
de todas as novidades.