Por que tema “fome” voltou à Campanha da Fraternidade?

Por que tema “fome” voltou à Campanha da Fraternidade? Fotos: Amanda Buranelo | Comunicação da Arquidiocese de Curitiba

O tema “fome” volta a ser o da Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pela terceira vez e algumas pessoas têm se perguntado o por quê. A resposta tem a ver com o olhar à realidade, como explica Salete Bagolin Bez, coordenadora da Campanha da Fraternidade 2023 da Arquidiocese de Curitiba.

“Nós vemos uma realidade que grita e o tema fome, infelizmente, é presente nos lares de muitas famílias brasileiras. O assunto vem então de todo um processo de estudo e análise desse contexto e se percebe que essa é uma realidade que precisa ser transformada”, confirma.

Salete explica ainda sobre pontos norteadores da Campanha:

  • Ver a realidade;
  • Iluminar a partir da Palavra de Deus: “o que a Palavra de Deus nos indica, conduz e ilumina”?
  • Agir para transformar.

“Jesus veio para que todos nós tenhamos vida e em abundância. Então, se vemos que muitas pessoas estão carecendo disso, nós, enquanto cristãos, enquanto Igreja, temos essa obrigação”, reforçou Salete.

De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, divulgada em 2022, são mais de 125 milhões de brasileiros que não têm comida garantida todo dia. Nem em quantidade, nem em qualidade. Entre eles, 33 milhões chegam a passar fome.

Dom Peruzzo – Foto: Amanda Buranelo | Comunicação da Arquidiocese de Curitiba

Dever de cristãos

“Se eu estou com fome é um problema meu material. Se meu irmão está com fome, meu problema é espiritual”: com a adaptação da frase atribuída a Nikolai Berdyaev, Dom José Antonio Peruzzo, arcebispo metropolitano de Curitiba, sensibiliza fiéis para que também abracem a Campanha deste ano.

Dom Peruzzo também lembrou o desperdício de alimentos que acontece em grande escala no Brasil. “É tempo de mudança, é Quaresma. Se eu quero mudar de vida, tenho que sair do meu individualismo, contemplar com compaixão o meu irmão, a dor do outro. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de alimentos. Será que está bom assim? Produzir alimentos para o mundo e ignorar a dor dos esfomeados do país? Não se trata de criticar qualquer regime político ou econômico, a Campanha não é partidária.”

Papa Francisco enviou um vídeo com uma mensagem ao Brasil para incentivar a participação:

“É meu grande desejo que a reflexão sobre o tema da fome, proposta aos católicos brasileiros durante o tempo quaresmal que se aproxima, leve não somente a ações concretas – sem dúvida, necessárias – que venham de modo emergencial em auxílio dos irmãos mais necessitados, mas também gere em todos a consciência de que a partilha dos dons que o Senhor nos concede em sua bondade não pode restringir-se a um momento, a uma campanha, a algumas ações pontuais, mas deve ser uma atitude constante de todos nós, que nos compromete com Cristo presente em todo aquele que passa fome”, disse Francisco.

Lançada em 1964, a Campanha da Fraternidade é um modo de a igreja celebrar o tempo da Quaresma, com oração, jejum e caridade, associados à reflexão e ação sobre um tema específico.

 

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