Ser catequista: compromisso de fé e amor

Ser catequista: compromisso de fé e amor

Ensinar e apontar bons caminhos é um ato de amor e o ensino da Palavra de Deus é também cumprimento do que ordenou o Senhor. “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!” (Mc 16, 15).

Com seu serviço, catequistas cumprem um papel muito importante para a vida dos cristãos e são considerados a raiz da vida da Igreja, pois colaboram diretamente com três pontos essenciais:

  • A transmissão da fé e o seu fortalecimento.
  • A compreensão dos sacramentos.
  • A importância dos compromissos cristãos.

A missão dos catequistas é mostrar, na teoria levada ao dia a dia, que os caminhos ensinados por Cristo serão sempre os melhores a se percorrer: o do amor, da fraternidade e o da humildade. Como ensina o Novo Catecismo da Igreja Católica (1992): “No centro da catequese encontramos essencialmente uma Pessoa, a de Jesus Cristo de Nazaré”. Por isso, o que deve mover os catequistas é guiar as pessoas a Jesus – não só as crianças, mas todo e qualquer sujeito, independentemente de sua faixa etária, até porque a catequese é um processo contínuo de busca.

Sentimentos de catequistas

“As causas para que um catequista seja chamado a servir a Palavra são variadas, mas são todas mediações das quais, Deus, por meio da Igreja, se serve para chamar a seu serviço” (Novo Diretório para a Catequese).

O caminho do catequista é também de educar e acompanhar. Para isso, precisam estar munidos de amor e misericórdia. Apesar do receio inicial devido à responsabilidade, foram esses os sentimentos que guiaram a pedagoga Marina Gurgel, que foi catequista na Paróquia de São Sebastião, em Felipe Guerra (RN).

“Lembro que me questionei se daria mesmo conta de um papel tão importante quanto aquele, mas nem hesitei. Dei o meu sim para aquela nova missão. Havia algo dentro de mim que respondeu por si e o apoio de toda capela me foi de extrema importância, porque ser catequista é estar em comunhão com a sua igreja, é trabalhar em união para que, de forma dialógica, possamos dar um suporte àqueles que estão iniciando seus caminhos em Cristo”, compartilha.

Para Magna Colhado, catequista em Santa Rita, no Paraguai, esse serviço ajuda no seu próprio crescimento. “Eu senti como se fosse uma oportunidade que Deus me deu para estar mais perto dEle e, principalmente, guiando as crianças a seguirem os passos de Jesus na caminhada da fé. É uma felicidade muito grande saber que estou contribuindo com meu grãozinho de areia no coração de cada uma das crianças que está na catequese”, comemora.

Marina conta que receber essa missão despertou um senso maior de cuidado. “Quando se vive intimamente o papel de um catequista, você percebe o tamanho daquela responsabilidade e também que você deve estar mais aberta a aprender do que mesmo a ensinar, porque cada momento de partilha, cada diálogo, é uma construção diferente. São aprendizados gigantescos e isso é imensamente gratificante”.

Ser catequista é um trabalho admirável e uma realização verdadeira para quem sente o chamado. “Sempre tive comigo que cada pessoa vem com uma missão nessa vida e eu sempre falei que a minha era ser mãe. Hoje me sinto realizada com meus filhos e ainda mais com o compromisso de catequista, por meio do qual passo o meu amor e meu conhecimento para mais crianças além dos meus filhos”, comemora Magna, que é mãe de três e uma catequista que zela pelo bem maior dos seus catequizandos.

“Ser catequista é ser jardineiro de gente”

Essa bela frase, atribuída à Madre Maria Helena Cavalcanti, fundadora e superiora da Congregação de Nossa Senhora de Belém, resume muito bem a beleza de ser um catequista. É a vocação que o leva a prestar seus serviços, e a sua palavra é o primeiro anúncio da Palavra de Deus. São João Paulo II, na Exortação Apostólica Catechesi Tradendae, falando como Papa aos catequistas, nos lembra como Nosso Senhor Jesus Cristo, ao ensinar, dotava-se de coerência e força persuasiva únicas, exatamente porque as Suas palavras, parábolas e raciocínios não se separavam da Sua própria vida e do Seu ser. Sua vida era ensinar, pela oração, pelo amor ou pelo silêncio e, ao final, deu-nos a maior das lições: seu sacrifício na cruz e sua ressurreição.

São João Paulo II também mostra passagens que identificam a missão do catequista no texto da Bíblia Sagrada:

“A catequese foi sempre considerada pela Igreja como uma das suas tarefas primordiais, porque Cristo ressuscitado, antes de voltar para o Pai, deu aos Apóstolos uma última ordem: fazer discípulos de todas as nações e ensinar-lhes a observar tudo aquilo que lhes tinha mandado (Mt. 28,19). Deste modo lhes confiava Cristo a missão e o poder de anunciar aos homens aquilo que eles próprios tinham ouvido do Verbo da Vida, visto com os seus olhos, contemplado e tocado com as suas mãos (1 Jo. 1,1). Ao mesmo tempo, confiava-lhes ainda a missão e o poder de explicar com autoridade aquilo que Ele lhes tinha ensinado, as suas palavras e os seus atos, os seus sinais e os seus mandamentos. E dava-lhes o Espírito Santo, para realizar tal missão.”

Ao pensamento de São João Paulo II se alinha o Papa Francisco, em mensagem aos participantes do Simpósio Internacional sobre a Catequese de 14/07/2017, em Buenos Aires, quando também falou sobre a catequese:

“Em primeiro lugar, a catequese não é um ‘trabalho’ nem uma tarefa externa à pessoa do catequista, mas ‘somos’ catequistas, e a vida inteira gira em torno desta missão. Com efeito ‘ser’ catequista é uma vocação de serviço na Igreja; o que foi recebido como dom da parte do Senhor, por sua vez deve ser transmitido.”

O Santo Papa acrescenta, ainda:

“Além disso, o catequista é criativo; procura vários meios e formas para anunciar Cristo. É bom acreditar em Jesus, porque Ele é «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6), que enche a nossa existência de júbilo e de alegria. Esta procura de dar a conhecer Jesus como suma beleza leva-nos a encontrar novos sinais e formas para a transmissão da fé. Os instrumentos podem ser diversos, mas o importante é ter presente o estilo de Jesus, o qual se adaptava às pessoas que estavam diante dele, para lhes tornar próximo o amor de Deus. É necessário saber ‘mudar’, adaptar-se, para tornar a mensagem mais próxima, não obstante seja sempre a mesma, porque Deus não muda mas n’Ele tudo se renova. Na busca criativa de dar a conhecer Jesus não devemos ter medo, porque Ele nos precede nesta tarefa. Ele já está no homem de hoje e é ali que espera por nós.”

Em celebração pelo mês em que se celebra essa missão tão importante, vamos fazer juntos a oração do Padre Reginaldo Manzotti aos catequistas:

“Ó Jesus, Mestre e Modelo de todo catequista, vós que pregastes por toda a parte o evangelho de Deus, abençoai nossos catequistas, que se dispõem a ensinar vossa mensagem de salvação.

Sejam eles mansos e humildes de coração, capazes de acolher, sem excluir ninguém, cada pessoa que vem à vossa procura. Sejam abertos ao Espírito Santo a fim de comunicar a vossa verdade, superar as dificuldades da missão recebida e dar testemunho de alegria e gratuidade na vossa Igreja.

Aumentai, Senhor, em nossas comunidades, o número de pessoas dispostas a aplicar os próprios dons a serviço da catequese. Que estes vossos servidores, Senhor, cultivem profundo amor à vossa Palavra e busquem, mediante a instrução e a oração, novas energias para educar na fé uma multidão de seguidores do vosso Reino.

Amém!”

 

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Comentários

  • Ricardo de Oliveira Gambarine
    Nunca é demais, sempre e bom demais buscar conhecimento. Este é o desafio do cristão e vejo nestas buscas uma forma muito responsável de fortalecimento na fé em Cristo Jesus. Esse material ajuda a cada um que ler, principalmente o catequista no fortalecimento e clareza de missão; porque o tempo presente nos desafia ao novo Cristo que nós revigora a cada passo que damos na missão Cristaomariocentrica catequética.
  • Berenice
    valioso
  • Maria do carmo
    9
  • Solismar
    Maravilhoso

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