“Ter Jesus no coração é já possuir o céu”

“Ter Jesus no coração é já possuir o céu”

Neste dia 4 de agosto, temos o Dia dos Sacerdotes. A data é celebrada no mesmo dia dedicado ao seu padroeiro, São João Maria Vianney.

O jovem padre João Maria Batista Vianney, também conhecido como Cura de Ars, tem uma história marcante de evangelização, cheia de superações a serviço de Deus, que transformou não apenas os seus paroquianos, mas milhões de peregrinos da França.

Nascido em Dardilly, próximo a Lyon, na França, no ano de 1786, São João Maria Vianney era um camponês de família simples e bem religiosa. Foi impedido de ir à escola, em razão da Revolução Francesa, motivo pelo qual, aos 17 anos, era ainda analfabeto – mesmo que conhecesse de cor muitas orações, todas ensinadas pela sua mãe.

A situação política do país também foi o motivo de ele ter frequentado o sacramento da confissão na sua própria casa, ao invés da igreja, apenas graças a um sacerdote que não jurou fidelidade aos revolucionários. Assim também aconteceu a sua Primeira Comunhão, recebida em um celeiro durante uma Missa “clandestina”.

Quando as tensões políticas amenizaram, João foi matriculado em uma escola local. Embora fosse o mais velho da classe, ele sofreu bastante com as matérias e era constantemente chamado de “ignorante” pelos colegas. Aos 17 anos, sentiu o chamado ao sacerdócio. “Se eu fosse padre, queria conquistar muitas almas”, disse. Mas não foi nada fácil para ele, por conta dos seus poucos conhecimentos culturais.

Autorizado a estudar no seminário, foi considerado “muito lento” pelos professores em latim, filosofia e teologia – matérias exigidas na época – e, ao ser reprovado, ouviu do Reitor: “João, os professores não o consideram apto para a sagrada ordenação ao sacerdócio. Alguns o chamaram de ‘burro que nada sabe de teologia’. Como podemos promovê-lo ao sacramento do sacerdócio?”. A resposta do Santo é famosa até hoje: “Monsenhor, Sansão matou cem filisteus com a queixada de um burro. O que acha que Deus poderia fazer com um burro inteiro?”.

Graças à ajuda de sacerdotes sábios, entre os quais o Abbé Balley, pároco de Écully, João recebeu a ordenação sacerdotal em 13 de agosto de 1815, com a idade de 29 anos. Três anos depois, em 1818, ajudado por um amigo vigário, se tornou pároco na pequena aldeia de Ars, no sudeste da França, que contava, à época, com 230 habitantes. Era um lugar de tabernas abarrotadas e igreja sempre vazia: brigas constantes, roubos, rixas antigas e até assassinatos eram corriqueiros na localidade.

Chegou ali numa pequena carroça, onde levava apenas alguns pertences e livros. Sem saber o caminho exato, pediu a indicação do caminho a um menino pastor. O menino, então, levou Vianney até a entrada da aldeia. “Como é pequeno!”, murmurou o padre. Ajoelhado em frente ao Santíssimo, com o terço nas mãos, em silêncio, durante muito tempo, Vianney rezou, de olhos postos nas casas. Rezou com fervor e atenção. Ao levantar, João olhou para o rapaz que o guiou até a aldeia e, com voz suave, disse: “Tu me mostraste o caminho de Ars, eu te mostrarei o caminho do céu”.

Vianney iniciou então uma jornada árdua pela catequese do povo de Ars e dos arredores. Dedicou suas energias à fundação da “Casa da Providência”, escola local que também acolhia órfãos. Começou também a visitar os enfermos e as famílias mais necessitadas, restaurou a igreja local, organizou quermesses na festa do padroeiro e ajudou na construção da ferrovia local.

Foi no confessionário, entretanto, que Vianney viveu intensamente seu apostolado, entregue às almas, tomado pela sua grande missão: administrar o sacramento da Confissão. Sempre pronto a ouvir e oferecer o perdão aos fiéis, dizem que ele chegou a ficar 18 horas dentro do confessionário, alimentando-se apenas de pão e batata. Sempre atento, ele jejuava para ajudar os fiéis a expiar os pecados.

Do confessionário, seu nome emergia e transbordava os limites de Ars para aldeias e cidades vizinhas. Peregrinos que desejavam confessar-se com ele começaram a chegar. Nos últimos tempos de vida, Vianney atendia mais de 200 pessoas por dia. Ars ficou conhecida como o “grande hospital das almas”.

Após ter se dedicado totalmente a Deus e aos seus paroquianos, João Maria Vianney faleceu no dia 4 de agosto de 1859, com 73 anos de idade. Seus restos mortais descansam em Ars, no Santuário a ele consagrado, que recebe a visita de cerca de 450 mil peregrinos por ano.

Foi beatificado em 1905, canonizado em 1925, e proclamado, em 1929, “padroeiro dos párocos do mundo”. Ao olhar para a sua história de vida, podemos fazer uma avaliação: ele se tornou para o povo exemplo de progresso, santidade, dedicação e perseverança no caminho da salvação.

 

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Comentários

  • Daniel Oliveira
    Foi uma experiência incrível, pois estou lendo um livro do Pe. Reginaldo manzotti os 20 passos, onde citou o camponês e daí chegou até mim, não foi atoa, estou com esse livro à dias para ler e nunca queria começar. Após conhecer um pouco da história do padre João Maria só me deu mais esperança de me tornar um homem com mais fé e fiel a Deus.

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