O mundo ainda está impactado pela notícia da morte de Papa Francisco no dia 21 de abril, quando já tinha recebido alta médica e se recuperava em casa, depois de cerca de 40 dias internado para tratar pneumonia. Porém, sem seu líder espiritual, a Igreja precisou seguir com os ritos para a eleição de um Pontífice. Hoje, os 133 Cardeais eleitores iniciaram o Conclave, a reunião sigilosa para a definição do novo Vigário de Cristo.
Os Cardeais aptos a participar começaram a chegar ao Vaticano no início de maio e a chaminé que anuncia o resultado das votações foi instalada na Capela Sistina, local da assembleia. De acordo com o site Vatican News, na tarde de segunda-feira, 5 de maio, funcionários e assistentes prestaram juramento de sigilo, conforme previsto pela Constituição Apostólica. Entre eles, cerimoniários pontifícios, funcionários da sacristia e da limpeza, médicos, enfermeiros, confessores.
No mesmo dia, aconteceu a Congregação Geral pré-Conclave, que debateu sobre a realidade mundial e as necessidades para as quais a Igreja deve olhar. Os eleitores do Papa também refletiram sobre o perfil desejado para o novo Pontífice. Eles ressaltaram a importância de virtudes como o pastoreio, a construção de pontes e o compromisso com a reforma da Igreja iniciada por Francisco, informou a Santa Sé.
Os 133 purpurados se transferiram ontem (6) para a Casa Santa Marta, onde ficarão hospedados em isolamento total durante o Conclave. Na mala, levaram itens pessoais como vestimentas, documentos, medicamentos, produtos de higiene. Além disso, a Bíblia Sagrada, livros de oração, ou outros itens que possam ajudar a manter a concentração durante o período. Celulares, anotações prévias, aparelhos eletrônicos ou qualquer forma de contato com o mundo exterior não são permitidos.
Na manhã de hoje, antes de darem início às argumentações, conversas e reflexões que definirão o novo Bispo de Roma, ocorreu a Missa Pro Eligendo Pontifice, que foi presidida pelo Cardeal Giovanni Battista Re. Segundo informações do Vatican News, a celebração eucarística “preparou espiritualmente o Colégio Cardinalício para a eleição do novo Sucessor de Pedro, com um apelo à orientação do Espírito Santo. Em sua homilia, o Decano destacou a importância da oração, do amor cristão e da comunhão eclesial. Concluiu com um apelo à unidade e à escolha sábia para conduzir a Igreja em tempos desafiadores”.
A seguir, os Cardeais prestaram juramento e o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, Arcebispo Diego Ravelli, fez a declaração do Extra omnes (Todos para fora), um convite aos estranhos ao Conclave para deixarem a Capela Sistina. Uma vez que a eleição papal é secreta, o local foi então fechado.
Neste primeiro dia, uma votação já foi realizada, mas a fumaça testemunhada mundialmente foi preta, ou seja, nenhum dos elegíveis alcançou os dois terços dos votos necessários. O Conclave terá continuidade amanhã com quatro votações.
Confira trecho da homilia de Dom Giovanni Battista Re, que fez um apelo confiante à oração de toda a Igreja:
“Oremos para que Deus conceda à Igreja o Papa que melhor saiba despertar as consciências de todos e as energias morais e espirituais na sociedade atual, caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus. O mundo de hoje espera muito da Igreja para a salvaguarda daqueles valores fundamentais — humanos e espirituais — sem os quais a convivência humana nem será melhor nem beneficiará as gerações futuras. Que a Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, nos auxilie com sua materna intercessão, para que o Espírito Santo ilumine as mentes dos cardeais eleitores e os torne concordes na eleição do Papa de que o nosso tempo necessita.”
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